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Cultura

Leirena vence “Não brinques com o fogo” e vai criar performance ao ar livre com Surma, a9)))) e Manipulartes

“Sob a terra” nasce da colaboração de estruturas culturais de Leiria para sensibilizar comunidades para a valorização e conservação da floresta. A seleção, por unanimidade, vale apoio de 86 mil euros.

O anúncio dos vencedores foi feito em Coimbra, no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, pela diretora Regional da Cultura do Centro. À esquerda na foto, Diogo Binnema e Frédéric da Cruz Pires, do Leirena Teatro Foto: DRCC

Os projetos apresentados pelo Leirena Teatro, de Leiria, em parceria com outros grupos, e por Partículas Soltas, de Sazes de Lorvão (Penacova), venceram “Não brinques com o fogo” na região Centro, foi ontem anunciado em Coimbra.

Resultado da cooperação do Ministério da Cultura, através das direções regionais de Cultura do Norte, do Centro, do Alentejo e do Algarve, com a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), o projeto-piloto “Não brinques com o fogo” pretende, através da cultura e das artes performativas, promover a alteração de comportamentos das populações em relação à preservação dos seus territórios em relação aos incêndios rurais.

O projeto “Sob a terra”, do Leirena Teatro (em parceria com a Associação Manipuladores – Companhia de Teatro e Marionetas, com Surma e Casota Collective, através da CCER Mais – Cooperativa Para A Criação e Promoção Cultural, Marketing e Intervenção Social, com o realizador Álvaro Romão, da associação a9)))) – Célula & Membrana e ainda com o dramaturgo Luís Mourão e o artista plástico Nuno Viegas) venceu o concurso na região Centro, na área de “Criação de Espetáculo ao Ar Livre”, anunciou a diretora Regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes, adiantando que o trabalho terá um apoio da ordem dos 86 mil euros.

Na cerimónia no auditório do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, também participaram o coordenador para a região Centro da AGIF, Luís Lopes, e representantes das estruturas artísticas apoiadas.

“Sob a terra” é um projeto artístico que “servirá de meio para sensibilizar comunidades acerca da urgência de valorizar a floresta e de conservar a natureza, promovendo o respeito, o cuidado e a consciência do premente papel dos espaços verdes no futuro da humanidade”.

Com duas áreas de ação para responder aos objetivos propostos (trabalho com as comunidades locais e o espetáculo), “Sob a terra” propõe-se desenvolver um trabalho artístico durante uma semana com cada uma das quatro comunidades abrangidas (Penacova, Vila Nova de Poiares, Coimbra e Ourém), incluindo associações culturais locais, que culminará com o espetáculo, que será apresentado na floresta ou no campo, explicitou, à agência Lusa, Frederic Cruz Pires, do Leirena.

“Eu sou a minha terra”, da Partículas Soltas, grupo de dança, música, teatro e artes visuais, de Sazes do Lorvão, no concelho de Penacova (distrito de Coimbra) é o projeto vencedor na área “Ações de capacitação das comunidades”, que disporá de um apoio de quase 12 mil euros.

Com recurso a várias expressões artísticas, esta proposta utilizará diversas ferramentas para capacitar as populações de uma forma prática, orgânica e partilhada, disse à Lusa Sandra Henriques, da Partículas Soltas, referido que a comunidade será chamada a participar ativamente nas atividades, a os seus patrimónios material e imaterial e a tornar-se conscientemente responsável pela preservação do passado, do presente e do futuro da sua terra no que aos incêndios diz respeito.

O júri do concurso, que selecionou os dois projetos por unanimidade, destacou, designadamente, a diversificada rede de parcerias da proposta do Leirena e a sua importância enquanto “veículo de emancipação comunitária”, e, por outro lado, “as metodologias de envolvimento da comunidade” que a associação Partículas Soltas propõe.

Constituído por Margarida Adónis Torres, pela Direção Regional de Cultura do Centro, António Patrão, pela AGIF, e Luísa Arroz Albuquerque, do Politécnico de Leiria, o júri também fez questão de realçar “a qualidade geral” das 13 propostas (no conjunto das duas áreas) apresentadas a concurso, tanto “do ponto de vista da conceção artística e estética, como do ponto de vista da qualidade” das equipas e parcerias estabelecidas para responder a estes desafios, sublinhou Suzana Menezes.

Envolvendo um investimento global de 185 mil euros da AGIF, o projeto de produção de espetáculos multidisciplinares ao ar livre e ações de capacitação das populações “Não brinques com o fogo” abrange, na fase de projeto-piloto, oito concelhos escolhidos pela AGIF, tendo em conta a sua classificação com grau de risco elevado de incêndio (Gondomar, Paredes, Gavião e São Brás de Alportel, para além de Penacova, Poiares, Coimbra e Ourém).

Os espetáculos serão apresentados em setembro e outubro deste ano.

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