Região à Mesa

Chefe em Casa: A dinâmica gastronómica de pai e filho

Carlos e Vasco Faleiro comandam a dinâmica que leva a casa – ou a qualquer outro lugar que o cliente queira – experiências personalizadas em torno da mesa

Carlos Faleiro precisou emigrar para outro país e ter um esgotamento emocional para descobrir o equilíbrio no caminho profissional. Recuperado, dois anos após sofrer um burnout, o cozinheiro que vive em Leiria encontrou no filho, Vasco, a parceria ideal para seguir, com moderação, pelo talento que explorou bem tarde como profissão: a boa cozinha.

É neste contexto, aflorado pela pandemia, que nasce o “Chefe em Casa”, um projeto familiar a quatro mãos, que se desenvolve em muitas frentes de possibilidades. Pelo know-how e experiência de Vasco, que lidera a partir de Sintra uma empresa de animação turística e organização de eventos, a dupla concebeu a ideia de um catering personalizado, onde vão a casa – ou a qualquer outro lugar que o cliente queira – realizar um evento gastronómico, com tudo o que esse possa envolver.

Da loiça à música, passando pela escolha de bebidas para acompanhar os pratos criados pelo pai com participação do filho, o “Chefe em Casa” quer ser uma “oferta diferenciada no mercado” e por isso procura distanciar-se do “estereótipo de venda gastrónomica”, sublinha o primogénito. “Adaptamos-nos a qualquer gosto e a qualquer carteira”, completa, explicando que o serviço é “quase um workshop ao vivo”, mas “com alguém que tem, não só paixão pela cozinha, como pelo conhecimento”.

Chefe em casa cria experiências gastronómicas personalizadas — A cada evento, uma ementa personalizada é criada a quatro mãos por pai e filho

Na bagagem referida de Carlos estão seis anos a trabalhar e estudar gastronomia na Inglaterra, mas também uma herança que, segundo o filho, diz muito mais e acaba por dar assinatura à aptidão do pai. “Ele é alentejano”, conta, antes de explicar: “basicamente nasceu dentro de um mercado do peixe, em Évora.”

Com a tradição portuguesa “sempre em voga”, é possível provar pelas mãos do chef e do ajudante, por exemplo, um vol-au-vent de massa folhada recheado com camarão da costa ou ainda um sushi alentejano, com o enchido a fazer as vezes do peixe cru. “Há várias coisas que podemos dar uma roupagem internacional”, completa Carlos, animado com a própria reinvenção.