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Colheita da pera rocha arrancou hoje e mobiliza 12 mil trabalhadores temporários

Ministra da Agricultura considera que estão a ser cumpridas as medidas de prevenção da pandemia em relação aos trabalhadores temporários

lavagem de pera rocha

A campanha da pera rocha deverá movimentar cerca de 12 mil trabalhadores temporários em relação aos quais a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, considera que estão a ser cumpridas as medidas de prevenção da pandemia da covid-19.

Maria do Céu Antunes, que hoje assinalou o arranque da campanha da pera rocha com a visita a um pomar, no concelho de Cadaval, distrito de Lisboa, afirmou que em matéria de medidas de prevenção da pandemia “há todo um trabalho que está a ser muito bem feito, porque não há agricultor nenhum que queira que a sua produção e a sua colheita seja interrompida”.

De acordo com a ministra, na sequência da distribuição, por todos os produtores, de um manual elaborado em conjunto pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e pela Direção-Geral da Saúde, todos os procedimentos estão a se cumpridos”.

“Vimos em todo o lado, até no próprio campo, sistemas de lavagem de mãos, casas de banho portáteis com sistemas de doseamento de álcool gel à saída, os trabalhadores todos de máscaras e luvas, com distanciamento e os bidons de colheita marcados com cores correspondentes à fileira de árvores”, exemplificou.

O surgimento de surtos de covid-19 entre os trabalhadores temporários tinha sido uma preocupação expressa pelos autarcas, que solicitaram à ministra testes de despistagem a todos migrantes que viessem a ser contratados para as campanhas da fruta.

A ministra disse hoje que “não houve necessidade de trazer mais mão-de-obra de fora [do país]” e que “todos os trabalhadores migrantes que estão aqui a trabalhar, já cá estavam”, sendo que, no caso daqueles que foram contratados por empresas de trabalho temporário coube a essas empresas “realizar os testes” de despistagem da doença.

A campanha de colheita da pera rocha que hoje arrancou vai movimentar “cerca de 12 mil trabalhadores temporários”, estimou o presidente da Associação Nacional de Produtores de Pera (ANP), Domingos Santos.

A previsão da associação é para uma colheita de 130 mil toneladas do fruto, que este ano deverá registar um decréscimo de 30% em relação ao ano passado, mas que, em contrapartida, “tem mais qualidade”.

A diminuição da produção “vai trazer algum desafogo em termos de escoamento”, mas, ainda assim, o responsável pela associação manifesta alguma “preocupação” pela situação de pandemia a nível mundial, esperando que não venham a verificar-se “interrupções de tráfego e navegação”.

A pera rocha do Oeste representa, segunda a ministra, “90% da produção nacional”, dos quais 70% são exportados para países como o Brasil, Reino Unido, França, Alemanha ou Marrocos, entre outros.

Maria do Céu Antunes, que hoje se reuniu com os produtores para ouvir as suas principais preocupações, afirmou no final que o ministério prevê concluir “em breve” as negociações para abertura do mercado chinês, permitindo à fileira que tem um grau de autoaprovisionamento de 192% começar a exportar para aquele país.

A ANP conta com cinco mil produtores associados, cria 4.700 postos anuais e durante a campanha consegue empregar mais de 15 mil pessoas por dia.

A pera rocha é produzida maioritariamente nos concelhos entre Mafra e Leiria, sendo os de maior produção os do Cadaval e Bombarral e possui Denominação de Origem Protegida.

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