Os municípios “não têm estado recetivos” à instalação de equipamentos de diversão itinerante, apesar de já estarem autorizados a funcionar mediante regras sanitárias, afirmou esta segunda-feira, dia 3, em Pedrógão Grande, a Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED).
O despacho do Governo a autorizar o funcionamento de equipamentos de diversão itinerante foi publicado no início de julho, mas, um mês depois, a percentagem de autarquias que aceitaram acolher equipamentos é ainda “mínima”, afirmou o presidente da APED, Francisco Bernardo.
“Os parques que existem não devem cobrir sequer 5% e, se calhar, estou a ser muito simpático”, frisou o responsável da associação, que realizou esta segunda-feira uma reunião extraordinária de sócios em Pedrógão Grande.
Segundo Francisco Bernardo, o grande problema que os empresários enfrentam neste momento é a falta de recetividade e abertura dos municípios para “a instalação destes equipamentos”, com muitos autarcas a terem receio que esses locais possam “promover ajuntamentos de pessoas”.
“Nós estamos a tentar ir junto dos municípios e convencê-los a autorizarem-nos e a licenciarem-nos para pôr toda esta gente a trabalhar o mais rápido possível”, frisou.
Francisco Bernardo salientou que os problemas não se esgotam apenas nessa questão, havendo também a dificuldade em garantir a rentabilidade do negócio, mesmo com abertura dos municípios para instalarem equipamentos de diversão.
“Há um leque de despesas para o promotor e depois para o empresário, como a logística de transporte dos equipamentos, pagamento a funcionários, despesas associadas aos consumos de luz, certificação de equipamentos e seguros. Havia várias despesas que eram diluídas em seis ou sete meses de trabalho e agora vão ter de ser diluídas em um ou dois meses”, notou, sublinhando que, em casos com menor afluência, poderá não compensar instalar os equipamentos.
De acordo com o presidente da APED, a associação vai continuar a dialogar e a sensibilizar os municípios, ao mesmo tempo que vai procurar marcar uma reunião no Ministério da Economia, por forma a resolver outros problemas, como é o caso da burocracia associada a esta atividade.
“Eu considero que o pessoal deste sector é muito resiliente, mas está a ficar pesada a máquina e é difícil conseguirmos convencê-los a terem calma, porque olham para o lado e não veem soluções”, constatou.