Comum, mas pouco conhecida. É assim que João Carlos Pereira descreve a gineta, um mamífero que fotografou no concelho de Porto de Mós e que é agora a estrela de uma exposição patente no castelo da vila.
O animal é semelhante a um felino apesar de “em termos científicos não ter nada a ver”, explica o fotógrafo portomosense. O facto de ser uma espécie noturna faz com que seja pouco conhecida: “Normalmente não é visível e quando é costuma ser em resultado de um atropelamento”, acrescenta.
Para João Carlos Pereira, a cauda da gineta é uma das características que “sobressai logo”, bem como a sua agilidade no habitat e capacidades de caça.
E foram estas as características que quis destacar na exposição Gineta, “A Dama da Noite”, que esteve exposta no Castelo de Porto de Mós entre 26 de junho e 9 de agosto.
Apesar da fotografia ser um passatempo, João Carlos Pereira aceitou o desafio lançado já no ano passado e em 19 fotografias deu a conhecer o mamífero avistado na floresta entre o Livramento e Alcaria, em Porto de Mós.
“Eram 18 fotografias inicialmente, mas acrescentei uma 19ª devido à sua particularidade, porque consegui fotografar uma mãe com uma cria”, avança.
A decisão viria a revelar-se acertada, já que a imagem foi publicada na edição de agosto da revista National Geographic Portugal, publicada a 31 de julho.
A zona envolvente entre o Livramento e Alcaria são a zona de ação de João Carlos Pereira, mas adianta que a espécie é comum em todo o território do distrito de Leiria. Já capturar uma imagem sua é um desafio mais difícil, uma vez que só “aparece” de noite e é necessário recorrer à fotoarmadilhagem.
O fotógrafo, que admite “gostar muito” de fotografar a vida selvagem da região, esclarece que a câmara tem de ser colocada num sítio estratégico e depois é necessário “ter a sorte do animal passar por lá”. “Pode parecer fácil, mas é complexo”.
Algumas das fotografias da exposição foram captadas de madrugada e exigiram controlo de movimentos do fotógrafo: “Na fotografia da vida selvagem é sempre necessário estarmos imobilizados”, completa.
João Carlos Pereira faz um balanço “muito bom” da exposição e destaca a curiosidade das pessoas, que fizeram várias perguntas sobre o animal e a captura das imagens.