O presidente do município de Leiria, Gonçalo Lopes, voltou hoje a defender a Base Aérea de Monte Real para instalar uma infraestrutura aeroportuária que sirva a região Centro, por ser o local mais próximo do Santuário de Fátima.
“Os aeroportos não podem ser uma questão de paróquia”, disse o autarca socialista, que intervinha na conferência do partido que decorreu em Coimbra, no final do painel em que foi orador o ministro do Planeamento, Nelson Souza.
Para Gonçalo Lopes, “aquilo que é a preocupação da região é que seja utilizada uma infraestrutura existente, que seja barata, e que seja, sobretudo, preparada em articulação com o ministério da Defesa e próxima, muito próxima daquilo que é o principal polo atrativo turístico da região centro, que é Fátima”.
O autarca disse que Monte Real é o local mais próximo de Fátima e sublinhou que “enquanto a região centro esteve unida neste processo, a solução de Monte Real tornou-se mais forte”.
“Se não tivermos essa capacidade de união vamos ter mais dificuldade em afirmar este investimento tão importante para a região Centro”, advertiu o presidente do município de Leiria.
Durante a manhã, o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, defendeu a construção de um aeroporto na região Centro, realçando que o município pretende cooperar com o Governo na realização desse objetivo.
“Estamos prontos para cooperar com o Governo na construção de um aeroporto que sirva o desenvolvimento da região e do país”, disse Manuel Machado, ao intervir na abertura da conferência de dirigentes nacionais e locais do PS, que decorre no Convento São Francisco.
Frisando que importa “ultrapassar equívocos, tabus e preconceitos”, o também presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) lembrou que a região Centro “é a única do país que não dispõe de uma infraestrutura para a aviação comercial”.
Na sua opinião, a região “está disponível para dar esse contributo ao país, ajudando no lançamento de uma estrutura aeroportuária que rompa com o efeito tenaz bipolarizador das áreas metropolitanas sobrelotadas”.
“Se a abertura à aviação civil [da Base Área] de Monte Real, almejada há mais de meio século, não é possível e já não serve. Se outras localizações estudadas mais a sul são demasiado problemáticas ambientalmente, onerosas financeiramente e excêntricas geograficamente, aqui – não no meu quintal – estamos prontos para cooperar com o Governo na construção de um aeroporto”, acentuou Manuel Machado.