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Ambiente

Movimento ambientalista pede medidas contra mariolas em Peniche

Construções que envolvem pedras empilhadas estão a danificar a zona da península da Papôa, integrada na Reserva da Biosfera das Berlengas, alerta a associação Arméria.

Construções em pedra são consideradas “série ameaça ao património” Foto: Associação Arméria

A Associação Ambientalista Arménia defende a colocação de sinalética e vigilância na zona da Papôa, em Peniche, para impedir a construção de mariolas, uma prática que afirma pôr em perigo o património geológico concelhio.

Numa carta aberta, a associação alerta para a “moda nefasta” que tem surgido em vários países com a colocação em diversos locais de pedras amontoadas (empilhadas), conhecidas como mariolas.

Trata-se de uma prática usada nas zonas montanhosas para identificar trilhos em situações de condições meteorológicas adversas ou em locais sem cobertura de GPS, e que no concelho de Peniche, no distrito de Leiria, tem sido replicada em vários locais da costa, sobretudo na zona da Papôa, o que o Movimento Arménia considera uma “séria ameaça ao património”.

As mariolas “descaracterizam e danificam o conteúdo litológico deste santuário natural, um sítio de interesse geológico alvo de ataques permanentes”, refere a associação na carta aberta, em que defende “uma posição firme das entidades responsáveis, com colocação de sinalética explicando os efeitos nefastos desta prática, proibindo a sua realização e indicando os valores das coimas associadas”.

As entidades responsáveis deverão ainda, no entender no movimento, “vigiar e deixar claro que estas ações são expressamente proibidas”, tanto mais que o litoral de Peniche é considerado “um local de importância internacional”, em especial a península da Papôa, integrada na Reserva da Biosfera das Berlengas (definida pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e na Rede Natura 2000.

“Se este tipo de comportamentos criminosos continuarem, o processo de criação de um geoparque do Oeste poderá igualmente ficar em risco”, alerta a associação, considerando ainda urgente “limitar o trânsito automóvel”, evitando a circulação e estacionamento nas zonas mais sensíveis.

O movimento, que nos últimos anos tem alertado para os perigos da “moda” das mariolas, conclui que se não forem tomadas medidas este espaço natural “ficará irremediavelmente adulterado” destruindo-se “um recurso turístico de grande importância, não renovável e enquadrado sob várias formas de proteção”.

A Arméria – Movimento Ambientalista de Peniche é uma associação fundada em 1999, dedicada à preservação do património ambiental, bem como à realização de ações de educação ambiental para a comunidade local e visitantes do concelho.

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