Abrir uma casa de petiscos já estava nos planos de Ana Silva e Miguel Feliciano, mas não para já. A pandemia acabou por acelerar o projeto, uma vez que ambos ficaram sem trabalho. Regressaram às origens, remodelaram o espaço dos pais de Ana, que já tinha servido de restaurante, criaram uma ementa que enaltece os sabores da região e voilá: abriram a porta da Taberna de Cister há um mês na Pedra do Ouro, junto à praia do concelho de Alcobaça que fica a um passo de São Pedro de Moel.
“Eu e o Miguel trabalhávamos na área do turismo, eu como operadora turística e ele como cozinheiro. Com a pandemia, o meu contrato não foi renovado e o Miguel ficou em lay-off sem perspetiva de voltar ao ativo. Foi então que os meus pais nos desafiaram a abrir o restaurante na Pedra do Ouro, onde há 25 anos também tinham iniciado o negócio deles”, conta Ana Silva, filha dos donos do Restaurante Pizzaria Cister, em Alcobaça.
“Ainda nos mantivemos em casa durante um mês, mas acabámos por colocar mãos à obra e num tempo recorde remodelámos o espaço e pensámos no conceito que queríamos. Não havia muito a perder”, conta a jovem, de 25 anos.
Os petiscos foram a aposta do casal, uma vez que “o conceito ainda não está muito explorado na região”. Além disso, “o local junto à praia também alicia os clientes a comerem um petisco”. Mas, ainda mais imperioso, era criar uma ementa que caracterizasse bem os produtos regionais. “Tentamos que tudo seja da região, desde as leguminosas, à fruta, à carne e ao peixe”, sublinha Ana Silva, para quem a diferença também está “na improvável junção de sabores”. “Juntar maçã de Alcobaça a uma salada de polvo é uma oferta diferente”, exemplifica.
As entradas confundem-se com os petiscos. Mas a ideia é essa mesmo: tudo depende dos gostos, da fome, da companhia e da ocasião. O que sabemos que não se tornará fácil é a escolha entre um carapau enjoado da Nazaré, uma sardinha na broa, uma salada de laranja com cebola roxa, nozes e queijo de ovelha, uma bifana de Malhado de Alcobaça ou um ovo a cavalo. Até porque os olhos também comem e todos os pratos servidos na Taberna de Cister provocam água na boca. Na hora da sobremesa, se continuar com dúvidas, o melhor mesmo é pedir o gelado com sopa dourada (doce conventual típico de Alcobaça) e o pudim de cerveja.
Com portas abertas desde o dia 28 de junho, o restaurante dispõe de 26 lugares sentadas na sala e mais 8 na esplanada. Turistas, moradores, estrangeiros ou portugueses, todos são bem-vindos. “O que queremos é que quem vem ao restaurante sinta e prove os sabores da nossa região”, enfatiza.
Num ambiente clean e rústico, o cliente é ainda convidado a “espreitar” para dentro da cozinha, através de uma janela, para assistir à confeção do seu almoço ou do seu jantar. Ao sábado e ao domingo à tarde, entre as 15 e as 18 horas, também pode usufruir da happy hour da Taberna de Cister com imperiais, caracóis e moelas.
A Taberna de Cister promete ser um bom spot de verão, mas já está também a ser preparado uma ementa de inverno. E se quem passa por Alcobaça não passa sem lá voltar, o mesmo é bem provável que aconteça neste espaço.
Taberna de Cister
244 599 644
tabernadecister@gmail.com
Horário 12h30 às 15 e 19 às 22 (segunda a sexta); 12h30 às 23 (sábado e domingo)