O cardeal António Marto tranquilizou hoje os colaboradores e os peregrinos do Santuário de Fátima relativamente às notícias sobre a existência de um plano de saída de trabalhadores, considerando que as opções tomadas pela reitoria não prejudicaram a sua missão.
“Como responsável pelo santuário, acompanho de perto todas as decisões da reitoria. Em momento algum senti que as opções tomadas alguma vez pudessem prejudicar o cumprimento integral da missão do santuário ou afastar-se dos princípios da doutrina social da Igreja. Bem pelo contrário”, afirmou, numa mensagem hoje divulgada.
O bispo da Diocese de Leiria-Fátima admitiu que as notícias “causaram um clima de perturbação nos colaboradores do santuário e na população em geral” e que o levaram a fazer um testemunho público da sua tristeza, “mas também a transmitir uma palavra de serenidade, gratidão e confiança para tranquilizar todos os colaboradores e peregrinos”.
“O sentido pastoral no acolhimento dos peregrinos, o empenho no anúncio e difusão da mensagem de Fátima, o profundo sentido evangélico com que aqui se desempenham todas e cada uma das atividades impelem-me a deixar esta minha palavra pessoal de apreço, gratidão, confiança e solidariedade para com os trabalhadores, os voluntários e para com a equipa de responsáveis que os dirige”, justificou.
António Marto lembrou as palavras do papa no início da pandemia de covid-19: “Ninguém se salva sozinho, estamos todos no mesmo barco”.
“O santuário tudo fará para ser a solução e nunca um problema e muito menos contribuirá para agravar os problemas que já existem”, garantiu o cardeal.
O bispo de Leiria-Fátima pediu a todos que confiem na Nossa Senhora de Fátima, mesmo o contexto exigente em que se vive, no qual se sente “medo e angústia pelo trabalho, pela família, pelo sustento”.
Na terça-feira, o Santuário de Fátima e a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) negaram existir um plano de despedimentos na instituição e recusaram a situação de falência ou insolvência.
Através de comunicado lido em Fátima, o santuário referiu que “não está previsto nenhum plano de despedimentos”, estando sim em curso um conjunto de “incentivos” para “desvinculação voluntária”.
Antes, o porta-voz do Conselho Permanente da CEP tinha garantido que “não há despedimentos em qualquer sentido”.
O que decorre é “um processo de gestão e reorganização da vida do Santuário de Fátima”, através da “reforma das pessoas, com a sua antecipação, com acordo mútuo ou de outros processos que vão ao encontro dos funcionários, sempre por iniciativa deles”, acrescentou.