O funeral do bispo de Viana do Castelo, Anacleto Oliveira, que morreu na sexta-feira num acidente de viação, realiza-se na quarta-feira, no cemitério das Cortes, Leiria, depois de dois dias de cerimónias fúnebres.
O funeral será realizado às 15 horas de quarta-feira no cemitério das Cortes, terra natal de Anacleto Oliveira. Nessa manhã, a partir das 10 horas, o corpo do bispo estará em câmara ardente na Sé Catedral de Leiria, informou a diocese de Viana do Castelo, em comunicado hoje divulgado.
Segundo a mesma fonte, as cerimónias fúnebres terão início na segunda-feira e vão seguir as restrições impostas para controlo da Covid-19.
“A despedida de D. Anacleto Oliveira decorrerá entre os dias 21 e 22 de setembro, com o fim de evitar constrangimentos desnecessários, e sempre seguindo as normas de saúde prescritas”, refere a entidade.
O bispo de Viana do Castelo, Anacleto Oliveira, de 74 anos, morreu na sequência do despiste do automóvel que conduzia na A22 perto de Almodôvar, no distrito de Beja.
Anacleto Oliveira celebrou, em agosto, 50 anos de ordenação e dez anos como bispo de Viana do Castelo.
De acordo com o anúncio feito hoje pela diocese, a Sé Catedral “acolherá os restos mortais de D. Anacleto” no final da tarde de segunda-feira, sendo o acolhimento assinalado com orações antes do fecho da igreja.
Na terça-feira, “a parte da manhã será destinada à oração livre e espontânea dos fiéis”, que terão de respeitar uma entrada controlada e condicionada na igreja, e às 15 horas será celebrada uma missa presidida pelo arcebispo primaz de Braga, Jorge Ferreira da Costa Ortiga.
A cerimónia contará ainda com a presença dos restantes bispos da Conferência Episcopal Portuguesa, do presbitério da diocese de Viana do Castelo e dos representantes dos diversos movimentos eclesiais, assim como autoridades civis e militares, segundo os lugares disponíveis na Sé Catedral, explica o comunicado.
A diocese pede ainda a “toda a família diocesana” que “todas as manifestações de carinho decorram com a maior serenidade e responsabilidade”.
Igreja em Portugal fica com “dívida de gratidão”
O bispo de Leiria–Fátima, António Marto, considera, por sua vez, que a Igreja em Portugal “fica com uma dívida de gratidão” ao bispo de Viana do Castelo, Anacleto Oliveira, o qual cultivava a “pastoral da proximidade”.
“A Igreja em Portugal fica com uma dívida de gratidão a este seu bispo. Esperamos honrar a sua memória continuando o legado que nos deixou”, explicita o cardeal António Marto em nota hoje divulgada.
Recordando “um bom amigo e companheiro” desde os “tempos de estudantes em Roma”, o bispo de Leiria–Fátima salientou o estilo “de bispo com grande sentido pastoral, de um bispo Pai e Pastor, como pede” o Papa Francisco.
“Cultivava, muito naturalmente, a pastoral da proximidade e do encontro, de trato simples e próximo, com uma relação afetuosa, capaz de partilhar as alegrias e dores do seu povo, o que, por sua vez, suscitava uma atração de simpatia da gente para com ele”, prossegue o cardeal na nota.
Na opinião de António Marto, o bispo de Viana do Castelo “tinha ainda o dom de anunciar o evangelho com unção, de modo a falar ao coração, iluminando as realidades da vida de todos os dias, inclusive as difíceis situações sociais”.