Os museus, monumentos e palácios nacionais registaram uma quebra de cerca de 70% de visitantes no primeiro semestre de 2020, comparando com o mesmo período de 2019.
Na região, a queda foi ainda mais acentuada. O Mosteiro da Batalha, que nos primeiros seis meses do ano passado contou com 181.336 visitantes, neste primeiro semestre, apenas recebeu 40.701 pessoas, o que representa uma queda de 77,6%.
No caso do Mosteiro de Alcobaça, os 24.506 visitantes do primeiro semestre deste ano, comparam com 84.040 entradas no mesmo período do ano passado, ou seja, registou-se uma queda de 70,1%.
Os dados hoje conhecidos foram avançados à agência Lusa pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). Revelam ainda que em junho deste ano, o primeiro mês do semestre com plena abertura, alguns equipamentos receberam mais de seis mil visitantes, nomeadamente o Convento de Cristo e o Palácio Nacional de Mafra, outros acima dos quatro mil, como o Mosteiro da Batalha ou o Mosteiro dos Jerónimos, mas não conseguindo aproximar-se ainda das dezenas de milhares que obtiveram no ano passado.
Contactada pela Lusa sobre o balanço de visitantes do primeiro semestre do ano, os números avançados pela instituição indicam que o conjunto de 25 museus, monumentos e palácios tutelados receberem um total de 701.047 visitantes no primeiro semestre de 2020 face aos 2.308.430 visitantes do período homólogo de 2019, numa descida que revela o impacto da pandemia de covid-19.
Os museus, monumentos e palácios nacionais – tal como todos os espaços culturais – estiveram encerrados entre 14 de março e 17 de maio deste ano, na sequência do confinamento decretado pelo Governo para travar a propagação do coronavírus.
Segundo os números divulgados à Lusa, a evolução do número de visitantes começou por registar uma subida no início deste ano, em janeiro e fevereiro, respetivamente, com um aumento de 4,9% em janeiro (257.813 entradas, mais 12 mil do que no ano anterior), e de 6% em fevereiro (um total de 287.579 visitantes, acima dos 271.304 do mesmo mês no ano anterior).
No entanto, com a determinação do Estado de Emergência no país e o consequente encerramento dos 17 museus, dois palácios e seis monumentos, março já registou uma quebra de 74,7% (96.418 entradas, quando em 2019 tinham sido 381.577).
Com os espaços encerrados, em abril registaram-se zero entradas, enquanto no ano passado, no mesmo mês, as visitas ascenderam a 466.448.
Após a reabertura, a 18 de maio – Dia Internacional dos Museus – o impacto negativo continuou a fazer-se sentir, com 12.017 visitantes até ao final desse mês, muito abaixo dos 509.447 registados em maio de 2019.
Em junho, com a reabertura em pleno, essa descida atenuou-se para 89,1%, tendo esse mês registado um total de 47.220 entradas, em comparação com os 433.860 visitantes de 2019.
Ainda segundo a DGPC, esta quebra de 89,1% em junho representa uma descida de quase 70% nos visitantes estrangeiros, que têm um peso significativo em muitos museus nacionais, sobretudo em Lisboa.
Quanto ao número global de visitantes no primeiro semestre de 2020, por unidade, o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, lidera os dez mais visitados, com 152.845 (foram 545.576 em 2019), seguindo-se a Torre de Belém, também na capital, com 84.601 (243.611 em 2019), o Palácio Nacional de Mafra com 70.607 entradas (148.737 em 2019), o Museu Nacional de Arqueologia, também em Lisboa, com 47.360 (128.807 em 2019), o Convento de Cristo, em Tomar, com 42.364 visitantes (153.641 em 2019), o Mosteiro da Batalha com 40.701 (181.336 em 2019), o Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, com 35.490 (111.713 em 2019), o Museu Nacional de Arte Antiga, igualmente na capital, com 33.176 (86.466 em 2019), o Panteão Nacional, também na capital, com 24.506 (84.040 em 2019) e o Mosteiro de Alcobaça, com 22.805 (97.431 no ano passado).
O Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, que habitualmente lidera os museus mais visitados, recebeu 10.822 visitas, uma forte quebra comparativamente ao mesmo período do ano passado, também devido ao encerramento do Picadeiro Real, antigo espaço museológico que albergava a coleção, encerrado desde dezembro do ano passado para obras.
Com redação