Jorge Vala não tem dúvidas de que o incêndio que deflagrou esta madrugada no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros teve mão criminosa.
O fogo, que teve início em Serro Ventoso e já se encontra na freguesia de São Bento, terá consumido, segundo o presidente do município, “cerca de 600 hectares”, sobretudo de mato e eucaliptal e, apesar do elevado número de elementos no terreno, “não representa risco para bens e população”, “além da flora e fauna atingidas”, explica ao REGIÃO DE LEIRIA.
“Sabemos que foi mão criminosa. Um incêndio que nasce às duas da manhã, em vários locais, separados por poucos quilómetros, não poder ser natural. Foi mão humana, mão criminosa”, afirma o autarca.
“Vemo-nos impotentes”, “perante um isqueiro que põe em causa todo o trabalho de promoção e conservação que tem vindo a ser feito no território”. “O planalto desta serra está todo preto”, descreve.
O incêndio tinha às 19h55, segundo a página da Proteção Civil, 215 elementos no terreno, apoiados por 63 viaturas e dois meios aéreos. “Estamos no coração do Parque Natural e é aqui também o coração dos muros de pedra seca, que tanto promovemos nos últimos dias”, diz Jorge Vala.
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O fogo tem uma frente ativa, “está controlado” e evoluiu de Serro Ventoso para São Bento, caminhando no sentido onde, há cerca de um mês, um outro incêndio ocorreu.
Na opinião do autarca, se os bombeiros não conseguirem resolver a situação nas próximas horas, “acabará por chegar à zona que já ardeu e acabará aí”. “Mas ainda é uma área significativa para arder até chegar a esse ponto”, acrecenta, realçando que “está muito vento” e esta pode ser uma dificuldade durante a noite que se aproxima. No entanto, ressalva que se a situação se mantiver como até agora, “pessoas e bens estarão a salvo”.