Dois estudantes do Politécnico de Leiria (IPLeiria), um aluno da EB D. Dinis e um aluno da Secundária Afonso Lopes Vieira testaram positivo para o novo coronavírus na passada semana.
Um dos casos foi sinalizado na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) de Leiria e outro na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) de Peniche, ambas escolas do IPLeiria.
Segundo Rui Pedrosa, presidente da instituição, os dois estudantes “agiram de acordo com as orientações do Politécnico”, tendo contactado as autoridades de saúde quando surgiram sintomas.
Os alunos, que “realizaram o teste diagnóstico para a Covid-19 por indicação da autoridade de saúde”, não regressaram às respetivas escolas, “tendo ficado em isolamento”, adiantou hoje o responsável ao REGIÃO DE LEIRIA, acrescentando que estes dois casos estão a ser acompanhados “de forma minuciosa e contínua” pelas autoridades de saúde.
Uma das turmas – que o REGIÃO DE LEIRIA apurou ser do curso de Engenharia Informática da ESTG -, “ficou de modo profilático em casa em isolamento durante duas semanas, passando a ter aulas a distância”.
“O Politécnico de Leiria e as suas escolas estão a agir de acordo com todas as orientações da Direção-Geral de Saúde, nomeadamente quanto à partilha de informação das redes de potencial contágio, bem como na aplicação das medidas definidas pela autoridade de saúde”, nota ainda o presidente do IPLeiria.
Rui Pedrosa frisa que “as cadeias de transmissão estão identificadas, estando a agir-se de acordo com o plano de contingência estabelecido” e “no cumprimento rigoroso das indicações das autoridades de saúde”.
Notando que “não existe risco zero”, o presidente da instituição destaca, por outro lado, o “grande investimento” feito na preparação do ano letivo, “de modo a minimizar ao máximo o risco de propagação da doença Covid-19”.
“O início do ano letivo está a decorrer com normalidade e tranquilidade dentro deste novo contexto em que vivemos e de acordo com o que seria previsível”, sublinha ainda Rui Pedrosa, ressalvando “a perceção clara” por parte da comunidade académica “da importância do cumprimento das regras para o respeito pelo outro e num compromisso no garante da saúde pública, de modo a que as atividades letivas, possam decorrer de modo presencial complementadas pelo ensino a distância”.
Caso positivo na EB D. Dinis
Entretanto, a direção do Agrupamento de Escolas D. Dinis deu conta ontem, domingo, num comunicado publicado na sua página da internet, de um diagnóstico positivo de Covid-19 entre os alunos da EB D. Dinis, em Leiria.
Frisando terem sido tomadas todas as diligências recomendadas pelas autoridades de saúde, a direção adianta que “foram colocados em confinamento os alunos considerados necessários”.
“Para os restantes alunos da escola, todas as atividades letivas continuarão a decorrer dentro do previsto”, acrescenta, reforçando o apelo a toda a comunidade escolar para o cumprimento das regras de higienização, segurança e distanciamento social.
“Relembramos que toda a comunidade educativa deve ser responsável. Se apresentar sintomas, ou tenha convivido com alguém que tenha testado positivo, não deve comparecer na escola, devendo entrar em contacto com as autoridades de saúde e informar a escola/estabelecimento de ensino, através do respetivo titular de grupo/turma ou diretor de turma, se possível”, termina.
Caso positivo na ESALV motivou queixa à PSP
A deteção de um caso de infeção na Escola Secundária Afonso Lopes Vieira (ESALV), freguesia de Marrazes e Barosa, despoletou na passada semana ampla polémica, pelo facto de um aluno ter ido à escola enquanto aguardava o resultado do teste à Covid-19. O pai tinha testado positivo, a mãe encontrava-se em isolamento e o aluno estava também obrigado a isolamento profilático.
Ainda assim, na quarta-feira, no primeiro dia de aulas, o jovem, aluno de um curso profissional, esteve numa sala com 17 colegas e vários professores, sem informar a direção, noticiou o Jornal de Leiria.
A diretora Celeste Frazão denunciou a situação à PSP depois de ter sido informada pela Autoridade de Saúde da existência daquele caso positivo.
“É uma grande irresponsabilidade da parte dos pais. Estamos a reinventar-nos. Esforçámo-nos para criar as melhores condições de segurança sanitária aos alunos e não pode haver atitudes destas que põem em risco toda a comunidade”, disse Celeste Frazão em declarações ao JL.
Depois de ter estado na escola, o aluno foi almoçar com dois colegas de outro curso e com um amigo da Escola Secundária Francisco.
Após a denúncia da direção da ESALV, a PSP de Leiria recolheu “todos os dados necessários tendentes à participação dos factos ao Ministério Público, por existirem indícios de violação do disposto no artigo 2º (confinamento obrigatório) do regime da situação de contingência, anexo à Resolução do Conselho de Ministros n.º 70-A/2020”.
Em resposta ao REGIÃO DE LEIRIA, a PSP acrescenta que “irá continuar a monitorizar a situação, através das Equipas do Programa Escola Segura, em articulação com a autoridade de saúde local e o estabelecimento de ensino”.