Custou 1,2 milhões de euros e foi inaugurado esta tarde. No local onde durante décadas persistiu um campo de futebol, murado, surge agora uma ampla praça na vila da Batalha.
O campo, que nos últimos anos tem vindo a receber os concertos das Festas da Batalha ou alguns equipamentos de diversão na FIABA, por exemplo, assume agora o papel de uma grande praça com diversas funções. Umas delas, central nos próximos tempos, é a mais inesperada: o combate à pandemia.
Embora preparado para receber eventos, contar com uma zona desportiva e espaços verdes e de lazer, o novo parque é agora palco privilegiado do esforço municipal contra a Covid-19.
A escassas dezenas de metros do centro local de testes serológicos, o parque prepara-se para centralizar, numa enorme tenda aí instalada, as operações municipais de combate à pandemia, que incluem a distribuição gratuita de máscaras, explica Paulo Batista Santos, presidente da Câmara da Batalha.
Vizinho da zona desportiva e do Largo Cónego Simões Inácio, nas imediações do Mosteiro, o novo parque “liga a Batalha moderna, que estava qualificada, com a zona histórica da vila e o Mosteiro da Batalha”, refere o autarca da Batalha.
A intervenção no local, que terminou este mês e que foi inaugurada na tarde deste domingo, foi concretizada no âmbito da ARU – Área de Reabilitação Urbana da vila da Batalha, resultado de um plano apresentado em 2016 à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR do Centro), explica o autarca.
Presidente do Centro pede parte da “bazuca”
Presente na cerimónia de inauguração, a recém eleita presidente da CCDR do Centro, Isabel Damasceno, adiantou ao REGIÃO DE LEIRIA esperar que a região Centro sinta os benefícios da “bazuca”, termo que já se popularizou para identificar o Plano de Recuperação e Resiliência, apresentado pelo Governo a Bruxelas.
O plano, pretende canalizar fundos europeus para alavancar a recuperação da economia, fortemente atingida com o impacto da pandemia .
“Embora percebamos que é importantíssimo que se utilize esse dinheiro nas áreas metropolitanas, com fragilidades que todos conhecemos, do ponto de vista social e não só, o resto do país também tem necessidades, pois também está a sofrer com a pandemia”, refere Isabel Damasceno.
Será, pois, bom que venha uma boa parte da bazuca para cá? “Alguma sim. E penso que é isso que vai acontecer”, confia.
Para já, com a pressão da pandemia a centrar-se sobretudo no norte e na zona de Lisboa, Isabel Damasceno reconhece que “apesar de tudo, a região Centro tem sido bastante resistente a esta situação”. Para esta responsável, no entanto, o combate à pandemia na região Centro passa, sobretudo, pelo papel individual dos cidadãos que devem ter “cuidados nos comportamentos”.
No plano da economia, na região a pandemia já implicou redireccionamento de fundos. “Houve uma primeira fase de ataque, imediata, em que houve a necessidade de reprogramação de fundos do [Quadro] Portugal 2020 e do [Programa] Centro 2020, para retirar dinheiro de projetos que até tinham muito interesse, mas em determinadas circunstâncias, passaram a ser ultrapassados por outras prioridades”, explica.
Isabel Damasceno aponta o caso de empresas que se “reconverteram em termos de produção” e “passaram a produzir máscaras, viseiras e gel, entre outros produtos”.
A aposta passa por continuar a apoiar as empresas, atendendo ao impacto económico da pandemia. Já no que se refere ao Programa Portugal 2030, a presidente da CCDR Centro refere que não se vai deixar de “ter em atenção as prioridades definidas”, mas, reconhece, “apareceu um elemento novo que não se pode ignorar”.