Cerca de duas dezenas de agricultores do distrito de Leiria juntam-se esta sexta-feira, 16 de outubro, à manifestação convocada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) para a Assembleia da República, em Lisboa.
Entre as razões do protesto está um problema que continua a afligir diversos produtores da região: os estragos causados pelos javalis.
O presidente da União dos Agricultores do Distrito de Leiria (UADL) diz que o problema se mantém “muito sério”.
“São javalis, mas também veados e saca-rabos. Destroem as culturas dos agricultores: milho, trigo, centeio, aveia, vinha, tudo, até paredes estragam!”, afirma António Ferraria.
O problema denunciado há cerca de um ano agravou-se e “ninguém paga os prejuízos aos agricultores”:
“Vem o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e diz que as associações de caça é que hão de pagar. As associações de caça dizem que é o ICNF. Uma coisa é certa: muitos agricultores já nem semeiam as terras, porque já sabem que semearem é para perder dinheiro”.
Segundo António Ferraria, os estragos provocados no distrito são “muito graves”, sobretudo nos concelhos do norte, “como Pombal e Ansião”, mas também no sul, com casos “em Alcobaça, Porto de Mós e até Leiria”.
“Mas há prejuízos em todo o lado. Há muitos casos de agricultores que já nem fazem culturas, porque já sabem o que lhes acontece”, lamenta o presidente da UADL, sublinhando que “não é preciso acabar com os javalis”.
Mas, aponta, “os javalis têm ninhadas muito grandes e reproduzem-se que nem uma coisa louca”, sendo necessário “tomar medidas no sentido de diminuir as populações. Não se pode manter esta situação”.
Na manifestação de sexta-feira convocada pela CNA, os agricultores reclamam também melhores políticas para a agricultura familiar e para o mundo rural e apoios para as explorações lesadas para o mau tempo, avança a confederação.