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Região à Mesa

Foco: Sazonalidade saída da lenha é a aposta do novo restaurante

Na tranquilidade da Cruz d’Areia, em Leiria, uma dupla de amigos investiu na frescura dos sabores da estação para criar pratos autorais vindos exclusivamente da lenha ou do carvão. A orquestra acontece toda a partir da cozinha aberta

Entre França e Portugal, os caminhos de César Vitorino e Sarah Didry cruzaram-se na Comporta, onde ambos trabalhavam. Com ele na cozinha do restaurante e ela na sala, surgiu a amizade que encontrou força num sonho depois partilhado: abrir um negócio próprio, na terra natal do cozinheiro, onde a diferença fosse a regra.

César Vitorino e Sarah Didry são os nomes à frente do novo Foco Fotos: Joaquim Dâmaso

Após um atraso intrínseco à pandemia, a dupla franco-portuguesa abriu as portas do seu Foco em meados de setembro em Cruz d’Areia com o que tinham em mente inicialmente: uma cozinha feita com o que de mais fresco a natureza dá, a partir do trato especializado da grelha.

Ali não há fogão nem gás e os sabores são pensados a partir da técnica que César importou de Londres, onde morou e trabalhou após sair de Leiria, há dez anos. “Eu queria fazer uma coisa diferente e é isto que estamos a tentar fazer”, narra o chef e até aqui único responsável pela cozinha, que fica aberta e à vista de qualquer comensal que se acomode na sala iluminada por janelas largas.

O novo espaço de restauração abriu numa das ruas tranquila da Cruz d’Areia

Tal como o nome da casa sugere, em latim e com o “o” inicial fechado, o cerne da casa é o fogo. Mas a sócia aceita a interpretação com duplo sentido: “Todo o nosso foco está aqui”.

É a própria Sarah, em contacto direto com os clientes, que apresenta a essência da casa. A ideia, refere, é “trabalhar o produto bruto e dar-lhe uma leveza que seja visual e gustativa também”. Razão para ao lado de poucas e boas proteínas – leia-se peixe do dia, presa de porco bísaro, peito de pato e bife de novilho ou de ramo grande maturado – ganharem destaque os legumes da época. Ao invés de batatas e massa, surgem opções como couve-flor fumada, cogumelos exóticos e couve com toque de fermento. O arroz pode até aparecer, mas nunca será o banal branco, mas sim uma versão com chalota, alho ou, em breve, manteiga noisette (levemente queimada). “Nós queremos que as pessoas sintam o que é a grelha de forma mais profissional”, almeja César, acompanhado por receitas como o inusitado tartate de carne quente.

Ao almoço há sempre duas opções de prato, a 7€ cada: uma de peixe, outra de carne

Para além do esforço de trabalharem com os pequenos e próximos produtores, a dupla anda sempre a procura de algo novo. “No início tínhamos uma sobremesa com morango, depois terminaram os morangos e foram os figos. Depois terminaram os figos e agora é com a avelã”, cita Sarah, tendo como exemplo a atual tarte desconstruída. “Tem todas as bases de uma tarte: tem a massa quebrada, tem o creme de cevada tostada e tem a avelã ralada”, anuncia o chef.

Tarte desconstruída: massa quebrada, creme de cevada tostada e avelã ralada

Foco

914 545 155
Rua Lino António, lote 40,
Fração D, Cruz d’Areia, Leiria
Funcionamento De terça a sábado das 12h30 às 14h30 e das 19h30 às 22 h
Preço médio 10€ (almoço) e 20€ (jantar)

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