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Região à Mesa

Mainova tem vinhos com raiz no distrito e brisa de Alentejo

Nascida e criada em Fátima, Bárbara Monteiro assumiu a herdade da família em Arraiolos para dar vida a azeites e vinhos guiados pela produção biológica, com pouca intervenção e boas surpresas na boca

Vinhos Mainova

Foram muitas vezes que Bárbara Monteiro ouviu o título de “mais nova” a acompanhá-la nas apresentações feitas pelos pais. Única a mostrar interesse em dar seguimento ao investimento dos genitores numa herdade no Alto Alentejo, a caçula de três irmãs só não imaginava que o título renderia uma marca rodeada por referências familiares.

Oficialmente lançada em meados de junho, a Mainova entrou no mercado português um pouco ofuscada pelos raios da pandemia de Covid-19, mas em pouco tempo tem conquistado espaço ao apresentar notas e aromas diferentes do que se espera do Alentejo. “São vinhos mais leves, mais frescos”, explica Bárbara. “Não têm aquele peso que é muito comum nos vinhos da região”, continua ela que, até os 17 anos, viveu em Fátima com a família, até migrar para Lisboa, onde estou marketing.

Vinho rosé Mainova
O rosé, feito a partir de uva 100% Castelão, lembra os vinhos de Provence Foto: Mainova

Desde 2019, é entre a capital lisboeta e Vimeiro que a jovem de 30 anos divide suas funções de gerir a produção de seis referências vínicas – feitas a partir de dez castas nacionais – e dois tipos de azeites extra-virgem, tendo a jornada familiar sempre presente. Desde a linha de vinhos batizada de “Moinante” – em homenagem ao cão da avó com mania de passar noites em claro –, até à ilustração dos rótulos de azeite, que remetem à primeira oliveira nos terreno dos pais, a Mainova é um conjunto de histórias ao redor da mesa.

Plantadas pelo viticultor David Booth, já falecido, foi António Maçanita, com o seu know-how enológico, quem fez a consultoria dos 20 hectares de vinha – uma parte já sob produção biológica e outra já está “em conversão”. “Nós tentamos ser o mais sustentável possível”, sublinha a empresária primogénita, referindo-se as garrafas 100% recicladas, aos lacres em cera ao invés de plástico e aos rótulos com grande percentagem de algodão. E embora ainda não abuse da classificação de “vinhos naturais”, a empresária orgulha-se de ter exemplares com “a mínima intervenção possível”, desde a colheita manual noturna até o processo de levedura indígena.

Bárbara Monteiro, idealizadora da marca Mainova
Bárbara Monteiro é a idealizadora da marca recém-lançada Foto: Your ID Photography

Ao todo, já estão disponíveis, desde a região Centro-Sul até o Norte do país, seis referências de bebida: um rosé 100% Castelão – a lembrar os clássicos de Provence –, três brancos e dois tintos, sendo um deles uma combinação de Touriga Nacional e Baga, que surpreende pela leveza.

Surpresa foi também a adaptação de uma segunda casta, a Encruzado, do Dão, ao terroir mais árido. “Estão a dar-se muito bem aos nossos solos e ao nosso clima”, comemora Bárbara, feliz com a boa aceitação da produção a repetir-se na região de Leiria.

Azeite Mainova
Os azeites também fazem parte do catálogo de produtos Foto: Mainova

Por cá, é a Garrafeira Vip que responde pela venda ao consumidor final e também pela distribuição para a restauração. A partir deste segundo grupo, já é possível brindar com um dos rótulos da Mainova na Cervejaria João Gordo, em Leiria, na Taberna da Adélia, na Nazaré, no Mosteiro do Leitão, na Batalha, e na Toca do Largo, em Mira de Aire. “Ainda temos muito para conquistar”, almeja a jovem.

Apresentação

Em ritmo de retoma após os impactos do estado de emergência, foi também o vínculo com a região de Leiria que levou a Mainova ao seu primeiro evento de apresentação, no passado dia 21. Tendo um primo em comum com Bárbara, foi o chef de Porto de Mós Samuel Mota quem abriu as portas do seu Casa Tradição, em Lisboa, para um menu harmonizado com cinco vinhos da marca, conduzido pelo sommelier Luís Carreira e promovido pela Urios-Beic.

Vinhos Mainova foram harmonizados com menu no restauração Casa Tradição
Os vinhos foram apresentados junto a um menu, assinado por Samuel Mota, em Lisboa

A primeira impressão foi feliz: “São vinhos muito bons para o primeiro ano de colheita”, avalia Samuel. Mesmo a tratar a si mesmo como “nenhum especialista em vinho”, o cozinheiro faz apostas positivas sobre a novidade, que já está disponível em duas versões no restaurante da capital. “São vinhos que estão a crescer, principalmente na vinificação”, considera, prevendo eventos similares num futuro breve.

Mainova

+351 910 732 526
Site mainova.pt
Vinhos entre 8,95€ e 24,95€
Azeites 5,90€ e 15,95€

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