“São centenas e centenas, para não dizer milhares” as moscas que, há algumas semanas, invadem os Andrinos, em Leiria. Nuno dos Santos, morador na rua da Ordem, garante que nunca viu nada assim.
A situação terá começado há três semanas, na zona do vale da ribeira do Sirol, na sequência de “se sentir cheiro a estrume”, conta ao REGIÃO DE LEIRIA. “Não consigo é precisar vindo de onde”, acrescenta.
Nuno dos Santos explica que o número de moscas na zona “aumentou de dia para dia”. O morador e os vizinhos entraram, logo na primeira semana, em contacto com a GNR, através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), Câmara de Leiria e junta de freguesia.
“Estranhamente, durante uma semana ninguém respondeu, nem sequer aos pedidos de esclarecimento ou para virem ver”, avança Nuno dos Santos.
Também Vanessa Moreira, que mora perto da ribeira do Sirol, se queixa que, “há duas ou três semanas”, vive com “uma imensidão de moscas em casa”.
A moradora sublinha que “não se pode fazer qualquer tipo de arejamento na casa” e que só o facto de abrir o portão para sair de carro, os insetos entram “de uma forma indescritível”.
Vanessa Moreira teme que a elevada quantidade de moscas possa colocar em risco a saúde da família, nomeadamente de dois bebés de apenas oito meses: “Elas andam nas chupetas e nos brinquedos dos bebés”.
Ao REGIÃO DE LEIRIA, afirma que não consegue ter uma vida normal e tem, “constantemente, centenas de moscas em casa a contaminar brutalmente o espaço”.
De acordo com a moradora, as casas mais perto da ribeira são as que “têm mais” e há, acrescenta, “vizinhos com os tetos cheios”.
Já na passada quinta-feira, 8 de outubro, uma equipa da Câmara de Leiria ter-se-á deslocado aos Andrinos, de acordo com Nuno dos Santos, para perceber o que se passava.
“O que me disseram é que passaram com um carro de longo alcance para desinfestar e que hoje [segunda-feira] iriam, eventualmente, fazer o mesmo”, adianta o morador.
Os funcionários terão ainda entregado um produto para ajudar a desinfetar a casa. Desde a ação do município a situação “atenuou um bocadinho”.
Já Vanessa Moreira diz “não ter visto ninguém” a passar junto à sua casa por forma a resolver a questão. A moradora adiantou ao REGIÃO DE LEIRIA que apresentou queixa junto da GNR e chegou a ser contactada por um militar: “disse-me que não conseguia encontrar o foco e enquanto isso não acontecesse, não podia fazer nada”.
Nuno dos Santos garante que “nunca viveu uma situação destas” naquela zona e que tem sido grande o investimento em redes mosquiteiras e produtos para afastar ou matar moscas.
“É comer, estar e andar no meio das moscas”, completa.
O REGIÃO DE LEIRIA esteve no local na manhã desta segunda-feira, 12 de outubro, e outros moradores queixaram-se do número elevado de moscas nos últimos dias.
Celeste avança que está “tudo preto, portas e janelas” devido à presença dos insetos. No entanto, confessa que “hoje a situação está ligeiramente melhor”.
Em declarações ao REGIÃO DE LEIRIA, o presidente da união de freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, José Cunha, afirma ter conhecimento da situação e já se ter deslocado ao local.
“Já esteve praticamente toda a gente lá”, afirma, e enumera: “SEPNA, PSP, bombeiros e a vereadora do ambiente da Câmara de Leiria”.
José Cunha confirma que “a praga existe”, mas ainda “não foi possível detetar o foco de origem da invasão”.
O responsável refere que “foi efetuada, na quinta-feira, uma desinfestação das ruas” pelos serviços da Câmara de Leiria e que isso ajudou a “diminuir um bocadinho”.
O presidente da união de freguesias avançou ainda que a maioria das queixas são de moradores nas encostas do vale da ribeira do Sirol.
O REGIÃO DE LEIRIA tentou obter esclarecimentos junto da Câmara de Leiria e do SEPNA e estava, à hora de publicação desta notícia, a aguardar resposta.
Armando Cardoso disse:
E fazer um petisco com elas?