Domingo a equipa vai a jogo. Mas se a situação se mantiver inalterada depois da partida frente ao União de Almeirim, o plantel do CD Fátima SAD não garante a continuidade da presença na prova.
Com três meses de salários em atraso, os jogadores estão a atingir o limite e exigem “respeito, um tratamento digno e humano”. “Esta foi a última semana que aceitaram ir a jogo sem quaisquer condições”, referem os jogadores em comunicado.
Numa nota do plantel enviado às redações pelo Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, as condições de treino e jogo dos atletas, nos últimos meses, descritas têm tudo menos o que é normal acontecer numa equipa.
“Há cerca de um mês que não existem treinos regulares e são já vários os jogos oficiais em que os jogadores vão a jogo sem qualquer treino realizado, colocando a integridade física em causa”, refere o comunicado.
“Não existem fisioterapeutas disponíveis e condições de treino regulares, situação que degrada a imagem do Fátima, mas deixa, sobretudo, os jogadores no limite”, acrescenta o comunicado assinado por 18 jogadores, ou seja, todo o grupo que forma a equipa da SAD.
Sem possibilidade de jogar (e treinar) no estádio de Fátima, devido a dívidas ao município, a equipa da SAD estava a treinar na Damaia mas, nos últimos dias, tal também não tem sido possível.
“A maioria dos jogadores têm nesta atividade a principal ou única fonte de rendimento, pelo que a situação atual é insustentável”, reforça a nota.
Esclarecidos sobre “os mecanismos de apoio que podem ser acionados” e com o apoio do Sindicato dos Jogadores, o plantel “decidiu dar uma última oportunidade à administração da CD Fátima SAD, liderada por Noel Gomes”, indo ao próximo jogo.
Se o atraso dos salários se mantiver, o plantel entende que estão “esgotadas as tentativas de viabilização deste projeto desportivo e reunirão com o sindicato dos jogadores para decidir sobre os próximos passos, na defesa dos seus direitos”.
Em outubro passado, o Sindicato de Jogadores reuniu com o plantel e descreveu a situação como “dramática”.
Já na época passada, o CD Fátima também tinha pedido a intervenção do Sindicato, devido a incumprimento salarial. A época acabou por ser levada até ao fim, isto é, até ao encerramento dos campeonatos, em março, devido à pandemia.
O pedido de insolvência da SAD do CD Fátima, em junho, e a dificuldade em pagar os salários em atraso, arranjar jogadores e equipa técnica, e encontrar campo para treino e jogo, complicou ainda mais um arranque tranquilo da época que agora parece ter mais um episódio para contar.