Um presépio com mais de mil peças abre hoje, sábado, na Marinha Grande, com destaque para a representação do nascimento de Jesus, mas incluindo figuras relacionadas com costumes e tradições, religiosas e pagãs, disse o seu autor, Filipe Ferreira.
À agência Lusa, Filipe Ferreira, de 31 anos, contabilista de profissão, explicou que a elaboração do presépio tradicional começou na casa dos avós, na Comeira, Marinha Grande, distrito de Leiria, no ano 2000.
Quinze anos depois, após o convite da Câmara, mudou-se para o Edifício da Resinagem.
“O espaço começava a ser pouco e as ideias eram muitas”, adiantou, referindo que o presépio, com 1.070 peças, demora “cerca de uma semana a montar”, mas antes, “desde junho, julho, há muitos meses de trabalho”, quando se começa a fazer as novas peças e a reparar as que existem, com ajuda do pai, do avô e de um amigo. Um outro ajuda na montagem.
Segundo Filipe Ferreira, todos os anos há a preocupação de criar elementos novos, assim como de “alterar os locais cénicos das peças, para criar algum impacto e curiosidade junto dos visitantes”.
“É uma paixão e acaba por ser um ‘hobby’. A profissão dos contabilistas não é fácil e isto acaba por ser um escape”, justificou, garantindo que não faz as contas ao que já gastou. “Para não me assustar”, declarou.
Filipe Ferreira afirmou que “a maior parte das peças são feitas em barro e adquiridas no norte do país”, havendo depois a construção de todos os elementos cénicos, feitos em madeira, esferovite, cartão ou plástico.
O presépio ocupa uma área de cerca de 50 metros quadrados, criando uma aldeia em miniatura, “havendo peças animadas por meios mecânicos e no centro o nascimento de Jesus”, contou.
“Outra característica é a representação de muitos usos, costumes e tradições portuguesas. Não sendo um elemento central do presépio, temos uma procissão com 100 figuras”, exemplificou, realçando, também, os elementos ligados às festas populares, onde não faltam os “Zés Pereiras”, ranchos ou jogos tradicionais.
Mais de 150 figuras de animais, o Pinhal de Leiria e profissões como o oleiro, ferreiro ou padreiro estão igualmente presentes no espaço, sem esquecer o vidreiro da Marinha Grande.
Este ano, entre as novidades, há lenhadores que estão a serrar a lenha em movimento, a renovação do parque infantil e nas festas populares um homem assa um porco no espeto, apontou, como exemplos, Filipe Ferreira.
“O ano passado tivemos entre 12 e 15 mil visitantes, este ano não podemos esperar uma enchente tão grande”, acrescentou.
A abertura do presépio tradicional está prevista para as 17 horas deste sábado e integra a programação de Natal da Câmara da Marinha Grande. Pode ser visto até 10 de janeiro, de terça-feira a domingo, das 10h30 às 13 horas e das 14 às 17h30.
Miguel José disse:
O Pinhal de Leiria? O que é isso?