As duas esculturas sonoras instaladas na Casa da Cidade da Música, no Centro Cívico de Leiria, foram vandalizadas no início da semana.
“Ontem [terça-feira, 17 de novembro], quando cheguei estava assim. Os fios foram cortados, as lâminas do metalofone foram puxadas. É vandalismo puro”, lamenta Celeste Afonso, coordenadora da Cidade Criativa da Música.
Inauguradas a 30 de outubro, no primeiro aniversário da Leiria Cidade Criativa da UNESCO para a música, esta é a segunda vez que as peças sobrem agressões.
“Na primeira vez, arrancaram as baquetas para tocar o metalofone e destruíram-nas completamente”, conta a coordenadora.
O escultor Pedro Lino, de Leiria, autor das peças, arranjou-as mas esta semana voltaram a ser danificadas.
“É muito triste, sinto-me impotente e não sei o que fazer. Todos me diziam, quando falámos nas esculturas irem para ali, que não iam durar nada. Mas sou sempre otimista”, sublinha Celeste Afonso, que diariamente encontra o espaço repleto de lixo, vestígios que denunciam frequência noturna, no mínimo descuidada, no Centro Cívico.
Apesar de se assumir impotente perante a situação, a coordenadora da Cidade Criativa garante que as esculturas vão voltar a funcionar como antes:
“O Pedro Lino, mal possa, vai recuperá-las. O nosso objetivo é: destroem e nós compomos, destroem e nós compomos. Porque não podemos deixar que vençam”.
Apesar da curta presença na Casa da Cidade Criativa, os “Bancos de sons” têm sido um sucesso, explica a responsável:
“Durante o dia, da mesma forma que há miúdos e famílias a ir ali fotografar o Gato [escultura de Ricardo Romero, colocada no topo do edifício], agora vão também ali a tocar nas esculturas, num momento entre pais e filhos, e isso não pode acabar”.
Celeste Afonso afirma que as duas esculturas são “muito importantes para Leiria para todo este processo da Cidade Criativa da Música”, porque “são a metáfora do que é uma cidade criativa: não adianta apenas contemplarmos – por isso é que são bancos – mas temos de interagir, tem de haver uma ação para que de se faça música. Para que algo de transformador aconteça”.
Para breve a intervenção terá um segundo momento, com a colocação dos blocos de pedra que foram retirados do miolo para esculpir as duas peças. Esse remanescente será ali colocado para funcionar exclusivamente como bancos, “como um positivo e um negativo”.
satbytheriver disse:
Será que ficava assim tão caro pôr uma câmaras ou um alarme?