A presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade (IPSS) de Leiria alertou hoje para o esgotamento dos recursos humanos afetos aos lares de idosos e considerou que estas entidades souberam responder à pandemia de covid-19.
“Em relação aos lares, estas estruturas residenciais nunca foram fechadas. As IPSS souberam gerir muito bem, fizeram equipas em espelho, redefiniram horários e serviços e os moldes em que os faziam. A maior consequência é o esgotamento dos recursos humanos. As pessoas estão cansadas, física e psicologicamente”, afirmou à agência Lusa Carla Verdasca.
Segundo a dirigente, “acresce que no caso de um trabalhador de um lar que tenha de se ausentar, por exemplo devido a isolamento profilático, há dificuldade na substituição” dessa pessoa, seja “cozinheiro, auxiliar, diretor ou pessoal médico ou de enfermagem”.
A também psicóloga da Associação de Propaganda e Defesa da Região da Batalha, que tem uma IPSS, reconhece que estas entidades estão “a trabalhar com muitos procedimentos que mudaram, mas souberam adaptar-se e mostraram que estão à altura do desafio”.
“Com mais pressão, mais esgotamento, com mais preocupação, devido à progressão que a pandemia tem registado”, reconheceu Carla Verdasca.
Assinalando que “para os idosos o mais negativo da pandemia é o facto de estarem isolados das famílias”, a dirigente contrapôs, por outro lado, o maior risco que apresentam, “atendendo às patologias e idade”, pelo que “são pessoas mais vulneráveis ao contágio da doença e em aguentar a doença”.
Carla Verdasca adiantou que foram registados, entre as 138 IPSS associadas da União Distrital de Leiria, “casos isolados de covid-19 e surtos, infelizmente com perdas”, salientando que estas instituições “continuam aptas a corresponder e a combater a pandemia”.
A presidente da União Distrital das IPSS de Leiria deseja agora que os idosos “sejam todos vacinados” contra a covid-19, defendendo que as pessoas “com mais de 65 anos deviam ser prioritárias na vacinação, independentemente de haver ou não patologias associadas”.
“O que eu desejo é que as vacinas tragam esperança de que já faltou mais para isto terminar. Acredito que vamos andar com muito medo durante muito tempo, mas para mim a vacina tem muito a palavra esperança”, adiantou.