A preocupação com a sustentabilidade já existe, mas é preciso ir mais além. Que tipo de recursos humanos precisam as empresas para dar o passo em frente? Como podem as escolas formar os alunos para “pensar verde”?
Para responder a estas questões, o Politécnico de Leiria (IPLeiria) reuniu, numa mesa redonda em formato digital, empresas, escolas e associações empresariais da região para partilhar ideias e discutir necessidades.
O projeto une o IPLeiria, à NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria e à Escola Tecnológica, Artística e Profissional (ETAP) de Pombal e pretende capacitar, em conjunto com empresas, estudantes e professores na área da inovação verde.
A iniciativa decorreu na terça-feira, 19 de janeiro, no âmbito do projeto europeu “Greenovet”, e na sessão de abertura, Vítor Ferreira, investigador responsável pelo projeto no IPLeiria, explicou que o objetivo passa por “ter recursos humanos mais capacitados, de forma a ajudarem as empresas a serem mais inovadoras, inclusivas e sustentáveis”.
O projeto, que arrancou em dezembro do ano passado, desenvolverá uma plataforma para interconectar escolas europeias de formação profissional, a nível regional, nacional e transnacional, com os parceiros.
Para isso, está previsto que cada região integrante – Leiria, Styrua (Áustria), Vaasa (Finlândia) e Skopje (República do Norte da Macedónia) – crie um Centro de Excelência Profissional (CoVe) focado no desenvolvimento ambiental, social e económico na Europa.
O “Greenovet” estará em desenvolvimento nos próximos meses e treinará mais de 100 professores “para a excelência no ensino de competências profissionais e essenciais”.
Ao longo do projeto serão também estruturados mais de 16 projetos regionais e dois internacionais, com empresas, para depois serem implementados.
A inovação verde consiste no desenvolvimento de produtos e processos que contribuam para um crescimento sustentável nas empresas.
Na sessão de terça-feira, alguns empresários demonstraram a preocupação com a sustentabilidade nas suas empresas, através da apresentação de projetos em vigor, mas admitiram que será necessário pessoal especializado para dar o passo seguinte.
Já do lado das escolas, admitiu-se a introdução de novas unidades letivas, focadas em inovação verde, ou a adaptação das já existentes. No entanto, ficou a ressalva da necessidade de formar os professores para uma educação que vá além do básico, como a reciclagem e redução de consumo.
Vítor Ferreira estipulou ainda como objetivo do projeto que “a inovação verde esteja presente em todos os cursos de nível IV” (ensino profissional).