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Saúde

10% das dádivas de sangue colhidas em Leiria são de novos dadores

O Instituto Português do Sangue alerta para a importância de haver dadores regulares todo o ano para evitar quebras nas reservas. Em Portugal, são efetuadas cerca de mil transfusões de sangue por dia.

Cerca de 1.100 dadores inscreveram-se para doar sangue em janeiro nos dez concelhos do distrito de Leiria abrangidos pelo Centro de Sangue e da Transplantação de Coimbra (CSTC), o que permitiu colher 951 unidades de sangue total.

Já em todo o ano de 2020, o CSTC estima ainda em cerca de 11.500 o total de dádivas efetuadas nestes dez municípios (Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós).

Só no Posto Avançado de Leiria, foram realizadas 95 colheitas em 2020, que resultaram em 3.185 dádivas (mais 116 do que as previstas). Desde número, 303 corresponderam a novos dadores, isto é que deram sangue pela primeira vez.

As colheitas de sangue em Leiria são realizadas às terças e sextas no estádio municipal Fotografias: Joaquim Dâmaso

Os apelos à dádiva de sangue em meados de janeiro, por parte do Instituto Português do Sangue e da Transplantação  (IPST) e da Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (Fepodabes) devido à redução das reservas de sangue no país, voltaram a surtir efeito, tendo milhares de dadores contribuído com doações.

Em Leiria, a fila de pessoas que se deslocou, na tarde do dia 22 de janeiro, à Biblioteca Municipal onde decorreu a sessão, contornava o edifício. A espera foi longa e houve quem desistisse.

Questionada sobre a possibilidade de implementação de um sistema de marcação prévia para dar sangue em futuras colheitas, considerando o contexto de pandemia, Maria Helena Gonçalves, responsável da Área de Colheita de Sangue Total do CSTC, não afasta a hipótese embora refira que “não está para já a ser equacionada”. Isto porque, justifica, está “atualmente normalizada a afluência de dadores ao Posto Avançado de Leiria” e “a enorme afluência com que todos fomos confrontados” resultou das notícias nacionais que davam conta dos “stocks de sangue do IPST e dos hospitais/IPO estarem baixos”.

Confrontada ainda com a necessidade de reforçar as equipas para dar resposta ao aumento da afluência motivada por estes apelos, Helena Gonçalves confessa que “os apelos que são feitos nunca são a solução ideal porque nunca se tem uma informação correta do número de dadores que acorrem aos mesmos, e, ainda mais numa situação como a que estamos a viver de pandemia e confinamento generalizado”. Segundo a responsável, as sessões de colheita são reforçadas mas diz ser “muito difícil acertar nas previsões”.

Já quando “o planeamento inclui a previsão dos dadores, antecipadamente, como na generalidade dos casos das sessões de colheita programadas”, a responsável afirma haver meios para reforçar as equipas, a exemplo do que terá acontecido nas diversas sessões realizadas, incluindo no Posto Avançado de Leiria, que funciona semanalmente no estádio municipal às terças de manhãs e sextas de tarde.

45.280

Em 2020, as equipas do CSTC colheram 45.280 unidades de sangue total na região Centro. Extrapolando os dados apurados em janeiro de 2021 nos dez concelhos que abrange no distrito de Leiria, estima em cerca de 11.500 as unidades colhidas nestes municípios.

“A dádiva de sangue após apelos na comunicação social é muito ‘volátil’”, frisa ainda, referindo haver “uma grande ocorrência aos locais de sessões de colheita de sangue na primeira semana do apelo, mas, imediatamente, volta à regularidade habitual”.

E considerando o tempo limite de armazenamento e prazo de validade das componentes de sangue, poderá a diminuição das reservas de sangue estar associada a picos de dádivas e ao facto dos dadores regulares só poderem voltar a dar sangue no prazo de três a quatro meses depois desse pico ?

Ainda que os concentrados eritrocitários tenham um limite máximo de “validade” de 42 dias e os concentrados de plaquetas de cinco dias, como explica ao REGIÃO DE LEIRIA, Helena Gonçalves não estabelece essa relação. Lembra que “a diminuição das reservas de sangue, normalmente, ocorre sempre nesta época do ano a seguir ao Natal”, embora este ano se tenha acentuado “um pouco mais devido à pandemia”.

Sabia que…

Os homens podem dar sangue até 4 vezes por ano e as mulheres podem dar sangue até 3 vezes por ano

Independentemente dos alertas e apelos feitos, Helena Gonçalves destaca a importância de haver durante todo o ano “dadores regulares, generosos e anónimos de sangue que se disponham dentro dos prazos legais e com as condições de saúde exigíveis a dar sangue” de modo a satisfazer as necessidades de transfusões de sangue (de glóbulos vermelhos) que, em Portugal, rondam as 950 a 1.000 por dia.

Saiba onde e quando dar sangue nos próximos dias

Terça-feira, 9 de fevereiro

  • Leiria – Posto avançado, Estádio municipal (9h30/13h00)
  • Marinha Grande – Ivima (10h30/13h00 e 15h00/19h00)

Sexta-feira, 12 de fevereiro

  • Leiria – Posto avançado, Estádio municipal (15h00/19h00)

Sábado, 13 de fevereiro

  • Ourém – Salão paroquial Nª Sª da Piedade (9h00/13h00)
  • Marinha Grande – Ivima (9h00/12h30 e 15h00/17h30)

Domingo, 14 de fevereiro

  • Porto de Mós – Bombeiros Voluntários do Juncal (9h00/13h00)
  • Ourém – Associação Cultural e Recreativa de Fontainhas da Serra (9h00/13h00)

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