O pólo de saúde de Amor, concelho de Leiria, encontra-se encerrado desde segunda-feira da passada semana “por tempo indeterminado”. Embora o aviso afixado na porta apenas refira dever-se a “motivos de força maior”, a suspensão dos serviços deve-se à deteção de casos de Covid-19 entre a equipa de saúde.
“O pólo de saúde de Amor teve que ser encerrado, temporariamente, devido a casos positivos de Covid no grupo de profissionais”, confirmou ao REGIÃO DE LEIRIA pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), embora sem adiantar quantos profissionais testaram positivo.
A ARSC também não avança datas para a reabertura da unidade, referindo que a decisão caberá à Unidade de Saúde Pública (USP) do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral (ACeS PL) e ao delegado de saúde que está a acompanhar a situação.
Entretanto, na quarta-feira, as instalações foram objeto de descontaminação por parte dos Bombeiros Sapadores de Leiria.
A falta de informação suscitou alguma contestação entre os utentes, que, de acordo com a ARSC, podem recorrer ao pólo da Barosa enquanto “alternativa assistencial”.
Já segundo informação colocada na porta, os utentes dispõem de consulta aberta nos pólos da Barosa à segunda e sexta-feira, dos Parceiros à terça-feira, e de Azoia à quinta-feira, que integram também a UCSP – Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Campos do Lis.
Para “pedidos de receituário absolutamente necessário” e para marcação de “atos de enfermagem (apenas pensos, injetáveis e testes do pezinho)”, os utentes podem ligar para os números 963 627 122/148, refere outro aviso.
Contactada pelo REGIÃO DE LEIRIA, Paula Gil, presidente da Junta de Freguesia de Amor, lamenta a situação e o facto de a Junta não ter sido oficialmente informada do encerramento da unidade nem do respetivo motivo.
Ainda na segunda-feira de manhã, ficou concluída uma nova sala de espera que a Junta construiu na cave para dar apoio ao centro de saúde – com ligação por escada interior – “para as pessoas não terem de ficar na rua”, tendo sido dado a conhecer o novo espaço a alguns profissionais da unidade, sublinha Paula Gil.
Apesar de partilharem o mesmo edifício, “quando tiveram informação para fechar, ninguém disse nada para a Junta”, frisa.
Confrontada com a suspensão dos serviços, contactou o ACES PL, que informou que deveria constar do aviso que o pólo encerrou por “motivos de saúde pública”.
A falta de transportes públicos para a Barosa, Parceiros e Azoia limita por outro lado o recurso àquelas unidades por parte dos utentes, admite a autarca, embora refira não ter conhecimento até ao momento de qualquer pedido de apoio de utentes que não tenham meios para se deslocar.
“É uma situação complicada”, nota, frisando que caso surja algum pedido terá que ser encontrada uma solução. “Não vamos deixar as pessoas sem irem à consulta caso necessitem”, acrescenta.