Há um ano, precisamente a 22 de fevereiro de 2020, foi conhecido o nome do primeiro português infetado com Covid-19: Adriano Maranhão, 41 anos, natural da Nazaré, tripulante do navio Diamond Princess.
A informação foi então divulgada pelo presidente da câmara da Nazaré, Walter Chicharro, e pela mulher do português, Emmanuelle Maranhão, que se destacaria pelas enérgicas intervenções no espaço público em defesa de cuidados médicos e da repatriação do marido.
Hoje, sem apresentar quaisquer sequelas, Adriano Maranhão não pensa regressar ao trabalho em navios de cruzeiro, por diversas razões e ainda com receio de poder ser infetado de novo.
A sua mulher recorda as “noites passadas em branco” e as preocupações acrescidas provocadas por se tratar de um vírus desconhecido. E foi grande o receio de que marido pudesse morrer em resultado da doença ou de falta de assistência.
Adriano Maranhão trabalhava a bordo do navio há cinco anos, desempenhando as funções de canalizador. “Não tem sintomas”, mas “sente o corpo cansado. Ele está revoltado, em pânico, está zangado”, disse na altura Emmanuelle Maranhão.
Estava isolado numa cabina e mais tarde viria a apresentar sintomas como dores de cabeça e no resto do corpo.
No navio, ancorado no porto de Yokohama, no Japão, estava um segundo tripulante da Nazaré, Hélder Vigia, de 49 anos, técnico de manutenção, 49 anos. E da região estava também Daniel Silvério Mateus, 54 anos, residente em Alcobaça, carpinteiro de profissão.
A Direção Geral da Saúde revelou, no dia 23 de fevereiro de 2020, que os testes realizados aos tripulantes portugueses deram resultado negativo à presença de Coronavírus, com exceção do caso de Adriano Maranhão.
Havia oito cidadãos com passaporte português. O governo japonês decretou quarentena obrigatória para as 3.600 pessoas a bordo. Havia então 600 pessoas infetadas e duas morreram.
Adriano Maranhão chegou a Portugal no dia 10 de março de 2020. Os seus colegas regressaram mais tarde, depois de cumprirem um período de quarentena de 14 dias num colégio adaptado a centro de acolhimento hospitalar na cidade de Wako.