Um grupo de 56 de militantes e simpatizantes do PSD de Leiria escreveram ao presidente do partido para lhe pedir que acelere a escolha do candidato do partido à presidência da Câmara de Leiria.
Na carta aberta datada de 22 de fevereiro, defendem ainda que a escolha deve recair sobre “uma personalidade com reconhecimento local, com ideias claras quanto ao futuro do concelho, suficientemente afastada das ‘tricas’ e ‘guerras’ que têm marcado o passado recente do PSD, com vontade de vencer e que dê garantias de encarar o desempenho do cargo como fim último e não como ‘trampolim’ para outros ‘voos”’.
Assumindo esta missiva como um “grito de revolta” devido à situação que se vive no PSD de Leiria “crescente e artificialmente fechado em torno de um reduzido grupo de indefetíveis do seu ‘líder’”, os subscritores dizem-se “especialmente preocupados” com as recentes notícias que indiciam “problemas na escolha da candidatura” social-democrata à capital de distrito.
Na missiva, põem ainda em causa a liderança de Álvaro Madureira, vereador e presidente da concelhia, a quem não poupam críticas. Embora reconheçam a legitimidade do presidente da Secção “decorrente de um ato eleitoral formalmente correto”, acusam-no de nunca ter colocado no centro da sua atividade os interesses da população do concelho ou do PSD. “O interesse primordial de tal pessoa é a sua própria ‘notoriedade’ social e as ‘vantagens’ inerentes ao lugar de vereador”, apontam.
“Em três eleições autárquicas sucessivas o PSD registou em Leiria os seus piores resultados de sempre ao mesmo tempo que ele garantiu ‘expressivas’ vitórias internas”, notam, considerando que “a esperança na afirmação de um projeto social-democrata para o desenvolvimento concelhio não é compaginável com esta postura”.
Os subscritores questionam ainda “a rápida recusa” por parte do vereador “do nome de um potencial candidato” avançado pelo secretário-geral do PSD, José Silvano, o que os leva a concluir que o presidente da Secção “corre em pista própria” sem coordenar a sua intervenção com a estrutura nacional, e da existência de uma “seletiva fuga de informação”.
Para os signatários, “este ‘ato falhado’ permitiu uma vez mais a ridicularização do PSD perante a sociedade e o povo de Leiria, retirando-lhe credibilidade e comprometendo seriamente as hipóteses de disputa vitoriosa da Câmara Municipal da capital do distrito e fez soar outras ‘campainhas de alarme’”.
“A quem interessa a sucessiva e recorrente ‘queima’ de nomes de possíveis candidatos do PSD?”, questionam.
Quanto ao futuro candidato, os signatários recusam desde logo “putativas ‘candidaturas’ de pretensas ‘figuras nacionais’, mesmo que oriundas da área do distrito e com alegadas ‘provas dadas’ na defesa dos interesses de Leiria e do PSD”.
“A candidatura do PSD à presidência da Câmara Municipal de Leiria exige mais do que uma hipotética boa ‘folha de serviços’ ao PSD e a Leiria” e “tem que ser muito mais do que uma tentativa de ‘reabilitação’ ou ‘rampa de lançamento’ para outros objetivos”, afirmam.
“Exige conhecimento da realidade do Município e uma visão sobre qual deve ser o seu futuro”, defendem, concordando neste ponto com Álvaro Madureira: “terá que ser uma pessoa do concelho, que viva no concelho, conheça muito bem o concelho e a autarquia”.
Lembrando a “expressiva vitória do PSD” no concelho aquando das Legislativas, os signatários entendem que “os ideais social-democratas continuam a colher aceitação maioritária entre a população” e que “só quando o PSD se desvia da sua matriz e dos seus valores se abrem possibilidades de vitória para outras forças partidárias”.
Entre os subscritores da missiva, contam-se vários autarcas e ex-autarcas, entre os quais Arlindo Brites, ex-presidente da Junta do Arrabal, Daniel Carvalho, ex-presidente da Junta da Barosa, João Curado e Silva, ex-deputado municipal, João Cunha, deputado municipal, José Augusto Costa Santos, ex-presidente da Junta da Chainça, Luís Manuel Pinto, ex-presidente da Junta de Colmeias, Sofia Carreira, ex-presidente da Junta de Marrazes, e Vítor Lourenço, ex-vereador da Câmara de Leiria.