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“A maior sorte de sempre” pode ter dado a António Laureano a maior onda do mundo

O dia 29 de outubro de 2020 ficará para sempre marcado na vida do jovem surfista. O Canhão da Nazaré “ofereceu-lhe” uma onda que poderá ter atingido os 30 metros.

O surfista António Laureano, de 18 anos, pode ter surfado a maior onda do mundo na Nazaré, em Leiria, admitindo mesmo que pode ter tido “a maior sorte de sempre”.

A 29 de outubro de 2020, a abrir a temporada de ondas grandes na Nazaré, Tony Laureano “atirou-se”, em ‘tow in’ (puxado por mota de água), a uma onda que terá atingido cerca de 30 metros.

À espera da homologação do tamanho real da onda, primeiro pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, e depois da World Surf League e do Guinness, o jovem de 18 anos não esconde a “expectativa” de poder concretizar um sonho de carreira.

“É bastante raro, mesmo muito raro, termos uma ondulação daquelas logo no início da temporada. (…) No dia, ao acordar, vi o mar e disse ao meu pai: ‘nunca vi o mar a rebentar tão em alto mar’. O meu pai: ‘sinceramente, também não'”, começa por descrever, à agência Lusa.

O pai, um ‘veterano’ das ondas grandes, Ramon Laureano, esteve na mota de água num dia em que viram pela primeira vez “o mar na Nazaré tão grande e tão liso ao mesmo tempo”.

“Tivemos a maior sorte de sempre, porque tivemos o maior mar da Nazaré, com as melhores condições. (…) [Na última onda do conjunto] O meu pai perguntou-me: ‘queres ir?’. ‘Sim, bora’. Assim que comecei a descer a onda, ganhei bastante velocidade, como nunca tinha ganhado”, conta.

Depois de acertar “uns saltos” que umas motas de água tinham lançado, ao passar, começou a sentir uma mistura de sentimentos.

“Adrenalina, felicidade, medo, tudo junto. No final, quando saio, olhei para trás e vi uma onda gigante atrás de mim, ouvi o pessoal a gritar e aplaudir”, revela o jovem que há vários anos passa muitos dias na Nazaré a surfar ondas gigantes.

Se o pai é um veterano da modalidade, o próprio Tony não deixa créditos por mãos alheias, uma vez que já foi sete vezes nomeado para os prémios de ondas grandes da WSL, com vários prémios sobretudo em ondas remadas.

“O meu objetivo da carreira é sem dúvida surfar a maior onda do mundo. Estou a ver que está bastante perto de acontecer no início da minha carreira. Indica que estou a fazer um excelente trabalho”, comenta.

A acabar o 12.º ano, pretende dedicar alguns anos ao surf antes de ingressar no ensino superior, depois de começar a surfar “aos quatro anos”, ao lado das aulas do pai, e mais a sério “a partir dos 10 anos”.

Laureano não esconde o nervosismo da espera pelas medições oficiais, mas no mar, como na vida, já aponta à próxima onda. “Se este sonho se concretizar, tenho de arranjar outro. Não se pode ficar só por um. Tem de se ir atrás do próximo”, comenta.

O sucesso pode ajudar “bastante a nível de patrocinadores” e de divulgar a sua imagem, mas segue-se tentar “bater o recorde da maior onda remada”, a modalidade preferida.

“A adrenalina de remar é mil vezes maior do que ‘tow in’. Sempre que posso, tento remar, só não o faço nos dias em que está demasiado grande, como nesse 29 de outubro”, atira.

António Laureano, um ‘big rider’ de 18 anos, já venceu vários prémios, como o Prémio Revelação Gigantes da Nazaré ou de maior onda na remada da EDP Mar Sem Fim.

Lusa

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