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Leiria

Associação de Leiria pede contadores de histórias para combater isolamento de idosos

Projeto “Contos de orelha a orelha” é criado para diminuir o isolamento provocado pela pandemia e visa promover a socialização.

imagem de uma funcionária de lar a segurar a mão de um utente idoso

A Associação de Solidariedade Social de Marrazes (AMITEI), no concelho de Leiria, lançou hoje o projeto “Contos de orelha a orelha”, através do qual pede contadores de histórias para ajudar a combater o isolamento dos utentes que estão no domicílio.

À agência Lusa, Miguel Mesquita, técnico superior de animação sociocultural da AMITEI, explicou que a ideia surgiu quando os utentes de centro de dia tiveram de ir para casa na sequência da pandemia de covid-19 e referiu que a associação sentiu necessidade de “colmatar, de alguma forma, a relação entre instituição e utente, sem ser apenas a higiene e alimentação”.

“Numa fase inicial, enviámos ‘kits’ de atividades para os utentes do apoio domiciliário e para os utentes de centro de dia domiciliados”, afirmou, adiantando que se seguiram, igualmente, telefonemas “para saber como estavam, que necessidades tinham e para sentirem que não foram abandonados”.

Miguel Mesquita assinalou que o projeto “Contos de orelha a orelha” é criado “para diminuir o isolamento a que estas pessoas estão sujeitas devido à pandemia e promover a sua socialização”.

“Neste momento, estamos à procura de contadores de histórias, profissionais ou não, que disponibilizem um pouco do seu tempo, uma vez por semana, de 15 em 15 dias ou uma vez por mês, para contarem um conto, lerem um poema ou a passagem de um livro de que gostem, ou falarem de uma história pessoal, por telefone”, exemplificou, destacando que o projeto está aberto a voluntários de todas as idades.

Segundo o animador, “há crianças e jovens que se deslocavam ao centro de dia no âmbito de projetos intergeracionais a quem esta atividade também é destinada”.

As inscrições para “Contos de orelha a orelha” podem ser feitas aqui.

“O que queremos é que deem um pouco do seu tempo, 5, 10, 15 minutos, para esta forma de interagir com os nossos utentes que estão no domicílio”, declarou, notando que estes idosos têm outras atividades de animação, como jogos, música, artes plásticas ou troca de correspondência com crianças e jovens, no âmbito de outros projetos.

“Este é mais um complemento nas atividades de intervenção comunitária”, afirmou o animador da AMITEI, que tem atualmente em serviço de apoio domiciliário 67 pessoas, incluindo utentes que se encontravam na valência de centro de dia.

Miguel Mesquita acrescentou que a “AMITEI tem vários projetos com entidades e comunidade do meio envolvente, alguns suspensos devido à pandemia, outros em moldes diferentes”, sendo que este “pretende manter essa ligação com a comunidade”.

Criada em 13 de outubro de 1979, a AMITEI, além do serviço de apoio domiciliário, dispõe de lar, componente de apoio à família, centro de dia (cujo funcionamento está suspenso) e cantina social.

A sua área de intervenção é a União de Freguesias de Marrazes e Barosa, chegando ao limite da cidade de Leiria.

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