Um serviço a cada duas horas, 715 quilómetros percorridos por dia e acorrer a três dezenas de emergências pré-hospitalares a cada semana. Este é, de forma sintética, o resumo da atividade da corporação de bombeiros da Batalha durante o ano passado.
Os números foram recentemente divulgados pela corporação e espelham um ano menos movimentado que o usual, consequência da pandemia.
Em relação a 2019, registou-se um decréscimo em vários indicadores: a intervenção em acidentes caiu de 64 para 50 e a ação em incêndios também, caindo de 147 para 104. O impacto da pandemia, que atravessou três quartos de 2020, foi ainda mais notado no que se refere aos quilómetros percorridos.
O transporte de doentes é uma componente relevante da atividade da corporação e a diminuição de 751 para 715 quilómetros percorridos, em média, diariamente, é um indicador do decréscimo no recurso às unidades de saúde. Jorge Novo, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Batalha, explica que esta componente tem um peso importante na atividade dos bombeiros e no apoio à população.
O confinamento e maior recato das populações, fez cair as emergências, reduziu as consultas prestadas e também terá suscitado algum receio de deslocação aos serviços de saúde.
O certo é que esta queda tem impacto nas receitas da corporação, que conta com o transporte de doentes como fonte de financiamento. E os números são evidentes: o ano passado a corporação serviu 5.094 utentes, menos 27,2% que os 6.996 registados no ano anterior.