A Região de Coimbra vai promover uma reunião de concertação com as restantes comunidades intermunicipais (CIM) do Centro, para ser criada uma posição conjunta de defesa de um aeroporto no território junto do Governo. No entanto, não esclarece onde deverá ficar localizada esta infraestrutura aeroportuária.
Numa nota de imprensa, divulgada ontem, os autarcas defendem que a região Centro “tem condições para ter um aeroporto e quer ser parte da solução da localização desta infraestrutura necessária, quebrando, dessa forma, o centralismo em Portugal”.
Os autarcas participaram numa reunião extraordinária do conselho intermunicipal, onde voltaram a reivindicar um aeroporto na região. “Além de ser uma prioridade é, sobretudo, uma questão de justiça e premência”, defendeu a CIM de Coimbra.
Esta posição surge uma semana depois de várias entidades da região de Leiria terem tornado pública uma posição onde pressionam o Governo a abrir a Base Aérea n.º5 (BA5) de Monte Real à aviação civil.
Estas entidades presentes na reunião de Leiria adiantam que a abertura da BA5 à aviação civil é “uma janela de oportunidade para a região e para o país com um impacto estruturante no futuro do desenvolvimento económico da região Centro e de Portugal”.
Fernando Costa lamenta demora de Leiria na defesa do aeroporto da região
Com o objetivo de obter mais esclarecimentos sobre o tema, ontem, na reunião do executivo da Câmara de Leiria, Fernando Costa, vereador eleito pelo PSD, questionou o presidente da Câmara de Leiria sobre a reunião da última semana.
Lamentou que, dois anos depois de um congresso realizado em Leiria, a defender a solução Monte Real, e que reuniu perto de uma centena de municípios da região Centro, “a Câmara de Leiria não tenha dado seguimento à deliberação da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal de Leiria (…) para a constituição de uma associação”, formada pelos municípios e instituções públicas, privadas e empresariais, “que seria a unidade do Centro”.
Para o vereador, a tomada de posição saída da reunião entre as várias entidades de Leiria é insuficiente e alertou que “outros municípios da região estão a procurar outra localização”, que não Monte Real.
“O senhor [Gonçalo Lopes] é o coveiro do aeroporto de Monte Real. Está a enterrar o aeroporto porque está a permitir que outros municípios sugiram outra localização”, afirmou Fernando Costa, justificando que já não acredita no projeto da unidade aeroportuária na Base Aérea de Monte Real.
Posição contrária tem Gonçalo Lopes que reitera que “há condições” para a abertura da aviação civil da BA5 e continua a assegurar que esta é a solução. “Monte Real é a melhor solução. Tenho feito tudo para que outras pessoas acreditem. Monte Real é a solução mais económica, mais rápida e ambientalmente mais sustentável. E que acredito que é aquela que a região Centro deve abraçar”, afirmou.
Esclareceu que o investimento a fazer em Monte Real é “muito inferior ao do Montijo e muito menos se for em Alcochete”, que há “investidores da região interessados” no negócio e que continuará a trabalhar para demonstrar que o projeto será vantajoso para o desenvolvimento económico da região.
A localização do aeroporto na região Centro é uma discusão antiga. Leiria há muitos anos que defende a abertura da base aérea de Monte Real à aviação civil.
Em 2017, Manuel Machado, enquanto recandidato à Câmara de Coimbra, defendeu a construção de um aeroporto internacional em Coimbra, porque a hipótese de Monte Real continuava a ser adiada.
Já em setembro de 2020, o presidente da CIM de Coimbra, José Carlos Alexandrino, frisou que não havia qualquer divergência entre as duas comunidades intermunicipais.
Com Lusa