Luís Amaral passa todos os dias pelo jardim da Almoinha Grande, em Leiria, e tem um carinho especial pelos patos que ali residem, não fosse ele o responsável pela construção das pequenas casas para as aves, colocadas no lago.
E é por isso que descreve com tristeza e até alguma indignação a quantidade de pão que é deixada diariamente no lago do parque, como alimento para os patos, e que pode colocar em risco a saúde dos animais e o próprio ecossistema.
“Sei que a intenção é boa, as pessoas querem alimentar os patos, mas eles não precisam deste tipo de alimentos”, explica.
O leiriense recorda um domingo em que “o pão acumulado na parte nascente do lago parecia um pântano de pão” e houve, inclusive, um dia, no início deste mês, em que retirou “24 pães bolorentos, inteiros” de dentro do lago. Luís Amaral esclarece que o pão tem componentes que prejudicam a plumagem das aves e, ao acumular-se no lago, pode atrair gaivotas e até ratazanas.
A vereadora responsável pelo ambiente e saúde e proteção animal na Câmara de Leiria, Ana Esperança, corrobora a explicação do leiriense: “Alimentar os patos pode atrair roedores indesejados, levar à desnutrição dos animais devido ao baixo valor nutricional do pão, à proliferação de bactérias e algas que afetam negativamente a qualidade da água e à propagação de doenças”, refere.
Segunda a autarca, será colocada, até ao final de março, uma placa com informação sobre este tema junto ao lago. Ao REGIÃO DE LEIRIA, Luís Amaral disse que contactou responsáveis da autarquia e que sugeriu que “fizessem um placar com uma ilustração sobre o pato real”, a espécie predominante naquela zona.
Recentemente, o município colocou placas no centro da cidade, de forma a recordar a proibição de alimentar pombos e outros animais de rua. A campanha relembra o Regulamento de Serviços e Gestão dos Resíduos Urbanos, em vigor desde 2015.