Várias entidades da região Centro pressionaram hoje o Governo a abrir a Base Aérea n.º5 (BA5) de Monte Real à aviação civil.
Esta união surge na sequência de uma reunião promovida pela Câmara Municipal de Leiria, com as participações do Município da Marinha Grande, Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, Comunidade Intermunicipal do Oeste, Turismo do Centro de Portugal, Politécnico de Leiria, Nerlei – Associação Empresarial da Região de Leiria, ACISO – Associação Empresarial Ourém-Fátima e Gabinete Económico e Social da Região de Leiria.
“Consideramos que estão reunidas todas as condições para a criação de um aeroporto civil na BA5, manifestando o nosso empenho e parecer favorável para a transformação da infraestrutura que irá servir o centro do país, sem impactos para as populações, com custos incomparavelmente inferiores e menores impactos ambientais face a outras soluções em estudo”, refere uma nota divulgada pelo Município de Leiria.
O encontro surge após os recentes desenvolvimentos em torno do processo de construção de um novo aeroporto de Lisboa, com o chumbo ao Montijo.
“Consideramos que o Governo deve dar seguimento aos compromissos assumidos relativamente a Monte Real e assumir esta obra como estratégica para o desenvolvimento da Região Centro, que tem sido privada, nas últimas décadas, de relevante investimento público, e para a correção das assimetrias do país”, sublinham os subscritores.
Os responsáveis entendem que o Governo deverá realizar um estudo “com o objetivo de clarificar a viabilidade da operação civil, de modo a assegurar o alinhamento entre o interesse de participação de ‘stakeholders’ e as condições necessárias ao sucesso da solução”.
Na mesma missiva, os subscritores adiantam que a abertura da BA5 à aviação civil é “uma janela de oportunidade para a região e para o país com um impacto estruturante no futuro do desenvolvimento económico da Região Centro e de Portugal”.
Salientando as excelentes condições do aeroporto de Monte Real, o documento recorda os estudos de viabilidade já realizados, que apontam “para a necessidade de investimentos de requalificação da base aérea de 20 milhões de euros, ao qual deve acrescer a criação de acessibilidades, um montante valor infinitamente menor do que outros investimentos aeroportuários em discussão, sendo de 1,3% do montante necessário para o Aeroporto no Montijo e 0,26% no caso de Alcochete”.
Os subscritores defendem ainda que a utilização civil da BA5 pode ser concretizada a “curto prazo”, “preparando, desse modo, uma resposta rápida para a retoma do turismo nacional, e servindo como unidade de apoio ao Aeroporto Humberto Delgado até à construção de um novo aeroporto”.
Além de salientarem as “excelentes acessibilidades com ligação às principais rodovias”, os responsáveis consideram que a infraestrutura pode vir a ser potenciada “caso seja rentabilizada a Linha do Oeste com ligação à Linha do Norte”.
A utilização da BA5 “poderá ao mesmo tempo aproveitar e influenciar diretamente a posição estratégica das instituições de ensino superior deste território”.
Os subscritores lembram ainda que a BA5 se encontra a “escassos 20 quilómetros do Santuário de Fátima, que representa um potencial de 400 mil a 500 mil passageiros por ano, que garantem a sustentabilidade da infraestrutura”.
Em setembro de 2019, o primeiro-ministro, António Costa, assumiu publicamente, em Leiria, que a “abertura da base Aérea à aviação civil é justa e necessária”.