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Autárquicas 2021

PSD já não exige um jovem mas não abre mão de ter um residente em Leiria como candidato à Câmara

Lista de exigências, cumulativas, para futuro candidato social-democrata à capital de distrito foi hoje aprovada e tem seis pontos. Nem todos são consensuais.

Cerca de meia centena de militantes analisaram hoje o tipo de “fato” que o candidato do PSD à Câmara de Leiria deve vestir para o poder ser. A lista tem seis parâmetros bem definidos, mas não agrada a todos. Foi aprovada por magros cinco votos de diferença.

Foi em Santa Catarina da Serra, no auditório da Junta local, que, esta manhã, os social-democratas de Leiria debateram os requisitos que o candidato à Câmara da capital de distrito, deve preencher. Leiria começa a atrasar-se no processo de definição do candidato às eleições autárquicas previstas para o último trimestre do ano, estando entre as poucas capitais de distrito com o dossiê ainda em aberto.

Para já, está definida a lista de exigências que têm de ser preenchidas, cumulativamente, para determinar o conjunto de candidatos a candidato. Algumas das exigências são mais consensuais que outras. A título de exemplo, o ponto número seis do perfil: “Ser residente no concelho de Leiria”.

Embora natural da freguesia que hoje acolheu a Assembleia de Secção de Leiria, o último candidato à Câmara de Leiria, Fernando Costa, estava recenseado em Caldas da Rainha, concelho onde foi autarca durante décadas. Desta feita, o candidato a Leiria terá mesmo de ter residência no concelho para onde quer ser eleito.

O fato do candidato foi escolhido pela maioria dos militantes, mas não é uma larga maioria: afinal, 30 votaram a favor, 24 contra e um absteve-se. E há uma outra característica que levantou dúvidas entre boa parte dos presentes: a exigência de experiência autárquica passada. É precisamente o requisito número quatro, de acordo com a lista aprovada: “ter experiência autárquica e conhecer profundamente as temáticas do concelho de Leiria”.

Há quem considere que estas duas condicionantes limitam a escolha de boas propostas da área social-democrata para a liderança da Câmara de Leiria. “O facto de se mencionar que o candidato teria de ter experiência autárquica e que teria de residir em Leiria”, não agrada a Francisco Marques, arquiteto, um dos militantes que participou na reunião, adotando a opção à distância – via zoom. “Considero que isto será uma limitação não muito justificável dos possíveis candidatos, porque há pessoas que, não correspondendo a estas duas características, poderão ser perfeitamente válidas e candidatos à autarquia”, explica.

O certo é que, de fora da equação está a variável que o próprio líder da concelhia tinha colocado recentemente: a idade. Em fevereiro, Álvaro Madureira adiantou aos jornalistas que o candidato teria de ser, entre outros atributos, “um jovem que goste do concelho de Leiria”.

O assunto terá merecido reflexão no seio da concelhia e a exigência de juventude caiu, explicou a concelhia na reunião deste sábado.

A proposta apresentada aos militantes pela comissão política de secção de Leiria, argumenta com o “contexto de pandemia que se vive desde há um ano, e a necessária mudança a ter ao nível da liderança do atual executivo, com a dinâmica ‘É Tempo de Mudar’, que os tempos exigem e as pessoas do concelho de Leiria querem”.

E é nesse âmbito que surge o “perfil” que terá de ter, “cumulativamente”, ainda mais quatro requisitos, de acordo com a lista adiantada ao REGIÃO DE LEIRIA por fonte da estrutura concelhia do partido.

Assim, o candidato “terá de ser possuidor de uma matriz ideológica social-democrata, nomeadamente na área social, nas políticas culturais e ambientais, na economia, na regeneração urbana e na mobilidade”.

Acresce que terá de “ser empreendedor, assertivo, dinâmico, com mérito, profissionalmente ativo e de fácil relacionamento com as populações e as instituições, promovendo o diálogo e consensos”. Possuir um “projeto mobilizador complementado com as dinâmicas próprias do PSD” e ainda o “profundo conhecimento e interação nas freguesias, na cidade e na região”, completam a lista de um perfil que, embora previsto estatutariamente, pode esbarrar em decisões de políticas de órgãos exteriores ao concelho.

O certo é que o facto de Santa Catarina da Serra ter sido o local escolhido para a reunião não deve alimentar especulações quando à possibilidade de assinalar preferências, assegura fonte da concelhia. A reunião não teve lugar na sede do partido, em Leiria, por questões práticas de utilização do espaço, acrescenta.

Numa reunião dirigida pelo presidente da mesa do plenário, Daniel Marques, o líder da concelhia, Álvaro Madureira – que o REGIÃO DE LEIRIA tentou, sem sucesso, contactar – esteve ausente por razões de índole familiar.

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