Acanto, planta típica em zonas frescas da região de Leiria e que serve de ornamento aos capitéis da ordem coríntia, inspira uma revista que nasce em 2021, no âmbito do Ronda Poetry Festival.
O número 1 de “Acanto” foi lançado esta sexta-feira, 19 de março, concretizando uma ideia nascida há anos nos Serões Literários das Cortes. Foi na histórica tertúlia – já com 21 anos – que alguns elementos aventaram uma publicação regular dedicada à poesia, “primeiras sementes que agora parecem germinar com todo o vigor e amadurecimento”, escreve-se no editorial de estreia de “Acanto”.
Luís Vieira da Mota concretizou, na apresentação, que “Acanto” “não é do grupo dos Serões Literários das Cortes” mas “não há dúvida nenhuma que sem eles a revista não teria aparecido”.
A revista é dirigida por Paulo José Costa e assume-se como publicação “exclusiva, receptiva à concepção de Poesia enquanto expressão livre”. Proporcionará espaço à publicação de textos poéticos, mas também de ensaio, recensão, investigação literária e artística, de autores “tanto consagrados, como estreantes”, locais, nacionais e internacionais. Na versão online, promete-se atenção a áreas “contíguas à poesia”, como artes plásticas, design, artes visuais, cinema, multimédia, música e fotografia.
O núcleo editorial (que inclui Paulo José Costa, Maria Celeste Alves, Luís Vieira da Mota, Carlos Fernandes e Paulo Fuentez) assina o editorial onde se formula um desejo:
“Que este seja o início de um novo ensejo livre e de espanto renovado. E que os versos sejam os ombros da alma, um degrau de elevação para os alentos do silêncio”.
Concretizado em “tempo recorde”, sublinhou Paulo José Costa, este primeiro número inclui textos de 21 autores mas “ainda não é uma revista de poesia”, notou Luís Vieira da Mota:
“Para ser, tem de ter alguma coisa mais além de poesia: tem de ter noticiário sobre eventos ligados à poesia ou outras artes, faltam-nos recensões… Tudo isso deve estar noutros números. Neste não foi possível”.
“Acanto” estará, em breve, à venda nos espaços municipais, como o Museu de Leiria, Castelo de Leiria, mimo e biblioteca municipal. A peridiocidade é trimestral e, de acordo com Luís Vieira da Mota, “sairá nos equinócios e solstícios, a festejar os movimentos do sol”.