A candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura propõe em maio 26 roteiros imersivos, nos 26 concelhos que integram a Rede Cultura 2027, disse hoje à agência Lusa o coordenador desta rede, Paulo Lameiro.
“Há muito de intimismo e único nestes roteiros. Não são roteiros normais, são oportunidades únicas, para um máximo de 10 participantes em cada roteiro, de ir a sítios, ouvir pessoas, estar perto de atores deste território”, explicou Paulo Lameiro.
O coordenador do Grupo Executivo da Rede Cultura 2027 adiantou que os roteiros vão dar a possibilidade aos participantes de “contactarem com a gastronomia mais característica deste território, de ir a sítios onde nunca poderiam ir numa visita individual ou em roteiros normais, e conhecer pessoas que não estão acessíveis no dia-a-dia das atividades”.
Paulo Lameiro destacou que “a primeira necessidade de qualquer projeto é a de que as pessoas se encontrem, a segunda é a de que não se encontrem apenas nos territórios que conhecem, mas ousem sair dos seus territórios”.
“Num processo de construção do território, pareceu-nos fundamental que a cultura fosse experienciada, não por quem já habita cada um dos 26 municípios, mas que seja convidado a frequentar e a fazer cultura num que não seja o seu”, prosseguiu o coordenador.
Desafiando as pessoas a experienciar e a conhecer o que acontece no município ao lado, Paulo Lameiro realçou: “Os roteiros são muito para nos empaparmos, embebermos, experienciarmos o território”.
Esta iniciativa esteve prevista decorrer num único dia integrada no congresso “O futuro da nossa cidade”, que se realizou em outubro de 2020.
“Não pudemos fazê-lo devido à pandemia, mas as pessoas ficaram tão curiosas com a programação que têm perguntado. A nossa insistência em fazer os roteiros agora, ainda que possa haver alterações pontuais, é porque achamos que era vital para desconfinar que o fizéssemos desta forma”, referiu.
Entre as propostas incluem-se um “Roteiro sentimental” em Leiria, que, entre outras atividades, contempla a visita ao Abrigo do Lagar Velho, onde foi descoberto o “Menino do Lapedo” (esqueleto com cerca de 29 mil anos), um passeio pelo Centro Histórico de Leiria, “com apontamentos sobre a Judiaria e sobre o Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós”, e a visita musical ao órgão da Sé Catedral de Leiria, pelo organista titular, João Santos.
Em Torres Vedras, distrito de Lisboa, o programa denomina-se “O Forte depois do Bife Wellington” e inclui, por exemplo, a visita ao Forte de S. Vicente e Centro de Interpretação das Linhas de Torres Vedras, e a uma adega, além de um prato oitocentista ao almoço.
Já em Torres Novas (Santarém), o roteiro imersivo passa por “comentar o Castelo, o Museu e a Misericórdia, comer (n)o Papa-Figos e atravessar o Paço, o Peixe, Santiago e os Anjos serão os pontos cardeais desta viagem com começo e sempre sem fim”.
Em Peniche (Leiria), há uma “Caldeirada com vista para a Fortaleza”, com o roteiro a não dispensar a visita à lota para escolher o peixe. “[Este] alimentará a bela caldeirada de autor antes de recordarmos como só a resistência nos deu Liberdade”, anuncia o roteiro.
Numa nota de imprensa, a Rede Cultura 2027 adianta que “cada um dos 26 roteiros é um convite para experimentar um momento único, nos dias 8, 15, 22, 23 e 29 de maio.
“Estes roteiros imersivos são oferecidos pelos municípios em que se realizam e foram desenhados para nos mostrarem o melhor de cada um deles, com visitas pelo património histórico e natural, degustações de iguarias gastronómicas e momentos performativos exclusivos”, refere.
As vagas são limitadas a 10 pessoas por roteiro e as inscrições, gratuitas, podem ser feitas nos site da Rede Cultura 2021.
A Rede Cultura 2027, tendo Leiria como ponto de partida, convoca 25 outros concelhos, atravessando três comunidades intermunicipais: Leiria, Oeste e Médio Tejo.