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Ambiente

Estabilização de plataformas de energia estudada ao largo de São Pedro de Moel

Estima-se que possa reduzir em 20% os custos de investimento

A costa de São Pedro de Moel é uma das duas regiões do país envolvidas num projeto sobre a estabilização de plataformas no mar, como as que suportam as torres eólicas, a cargo de investigadores do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto.

O projeto, intitulado POSEIDON e financiado em 250 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), visa estudar a “otimização destes sistemas” do ponto de vista da proteção das fundações e da sua manutenção, explicou Tiago Ferradosa, investigador do CIIMAR.

Estima-se que estabilização das estruturas ‘offshore’ de aproveitamento de energia renovável possa reduzir em 20% os custos de investimento.

As fundações ‘offshore’ são estruturas, fixas ou flutuantes, instaladas em alto mar e usadas para diversos fins, nomeadamente, para o aproveitamento de energia renovável, que é o foco deste projeto.

“Sempre que se colocam estas plataformas fixas em alto mar, elas estão sujeitas à erosão junto da zona de contacto entre o solo marinho e a estrutura”, afirmou o investigador, acrescentando que as mesmas são afetadas pelas vibrações associadas ao movimento das turbinas eólicas ou outros conversores de energia, como os de energia das ondas.

“A estrutura vibra sempre um pouco, uma vez que faz parte da forma como é construída, mas se começar a ficar instável, vai ter tendência a vibrar em demasia. Quando a vibração passa de determinado valor, obriga a que se torne inoperacional a estrutura para evitar danos maiores, como o colapso, e isso reflete-se numa ausência de serviço e perda de dinheiro”, esclareceu.

Nesse sentido, os investigadores vão criar mecanismos de proteção, tendo por base modelação física e numérica, que sejam mais económicos do que os que existem atualmente que “permitirão uma otimização dos custos na ordem dos 30%”.

“Para uma turbina eólica fundada com um monopilar (um único pilar) podemos estar a falar de poupanças globais (ao nível da proteção, transporte e instalação) na ordem dos 20%, já ao nível da proteção podemos estar a falar de poupanças de 30%”, referiu.

Em Portugal, o projeto vai debruçar-se na zona de São Pedro de Moel, no concelho da Marinha Grande, e perto do Porto de Leixões, no concelho de Matosinhos.

“O nosso projeto não chega a implementar, o que fazemos é o estudo em laboratório dessas fundações, sendo que o próximo passo é tentar procurar financiamento que nos permita ir para locais ‘in situ’”, disse o investigador.

O intuito do projeto é também perceber se Portugal “pode ter condições para criar parques eólicos”.

“A ideia é tentar aplicar em Portugal e perceber se podemos ter condições para criar parques eólicos ‘offshore’”, disse, acrescentando que o projeto visa também “preparar a massa critica portuguesa”.

“Há um ritmo de criação de estruturas destas em Portugal que é um ritmo lento e ao qual acrescentamos valor e depois, há um ritmo mais avançado que é termos equipas em Portugal que podem fornecer este tipo de direcionamento e o estudo de estabilidade das estruturas lá fora”, afirmou.

O projeto POSEIDON, que decorre até 2024, é desenvolvido pelo Marine Energy Group do CIIMAR, liderado por Tiago Ferradosa, Francisco Taveira Pinto e Paulo Rosa Santos.

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