É a oportunidade de homenagear os antigos soldados, mas também os atuais espalhados pelo novo Ultramar. Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes, sublinhou hoje, na Batalha, o papel relevante que os combatentes desempenharam no passado, mas também no presente, espalhados pelo globo. “Hoje é um dia de festa”, salientou.
Apesar dos constrangimentos da pandemia, o Dia do Combatente, que usualmente se assinala em abril no Mosteiro da Batalha, regressou este ano. Num período de comemorações contidas, para Chito Rodrigues, o dia foi de festa.
O tenente-general que preside à Liga dos Combatentes, frisou que as cerimónias comemorativas do 100.º aniversário da Fundação da Liga dos Combatentes, do 103.º aniversário da Batalha de La Lys e do Dia do Combatente que hoje tiveram lugar na Batalha, são igualmente um momento de homenagem a todos os que, em diversos pontos do globo, se envolvem em diversas missões.
Trata-se, explicou de uma “homenagem àqueles que hoje estão espalhados pelo mundo inteiro, pelo novo Ultramar de Portugal: os que estiveram na Bósnia, no Iraque, no Afeganistão e no Centro Africano, como os que estão nas antigas colónias portuguesas a formar as pessoas”.
Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, presidiu às cerimónias, mas não discursou nem falou aos jornalistas. Catarina Sarmento e Castro, secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, também acompanhou toda a cerimónia.
No final, aos jornalistas, Chito Rodrigues escusou-se a centrar o seu discurso nas questões que continuam a preocupar os combatentes. “Hoje é um dia de festa, tudo o que está para trás são reivindicações justas pelas quais devemos lutar”, frisou.
Hoje, reforçou, “é dia de festa, não é dia para falar das coisas que nos faltam ou salientar que há muitos combatentes ainda com fome, com pensões de pobreza, com suplementos especial de pensão com verbas pouco significativas e que não os ajudam em nada”.
É dia de “cerimónias junto aos monumentos que se erguem no país e no estrangeiro, homenageando aqueles que se bateram na Grande Guerra: há 100 monumentos espalhados no país. E aos que se bateram na Guerra do Ultramar há 415 monumentos espalhados pelo país, não há ninguém que os destrua”.
Os monumentos, acrescentou Chito Rodrigues, “são símbolos de uma cultura que nasce no povo, é a população portuguesa que ergue estes monumentos, como o que hoje inauguramos”.
O responsável da Liga dos Combatentes referia-se ao memorial aos Combatentes Batalhenses, instalado no Jardim do Condestável, junto ao Mosteiro da Batalha. Obra do município, deu corpo a uma iniciativa do núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes. Projeto de Patrícia Soares, arquiteta da Direção-geral do Património Cultural, o monumento surge no 81º aniversário do núcleo local da Liga.
“Era um anseio de 81 anos conseguirmos homenagear na freguesia e concelho da Batalha, os seus 12 combatentes”, adiantou Alexandre Evaristo, responsável do núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, referindo-se à obra, no valor de 12.500 euros, inaugurada pelo Presidente da República.
Paulo Batista Santos, presidente da Câmara da Batalha, enalteceu a importância de se reconhecer o papel dos combatentes e da realização da cerimónia: “a pandemia não vai nem pode parar o país nem a honra que devemos fazer aos militares que viveram na pele circunstâncias piores e sobreviveram e lutaram pela pátria”.
Notícia corrigida às 16h31: Por lapso, Chito Rodrigues fora identificado como tenente-coronel, sendo, na verdade, tenente-general. As nossas desculpas pelo lapso.