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Caldas da Rainha

Serviço de Ginecologia no Oeste com três camas para mais de 151 mil mulheres

Instalado no Hospital das Caldas da Rainha, “tinha uma lotação inicial de 13 camas”

Foto do exterior da urgência do centro hospitalar do oeste
Imagem de arquivo

O Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar do Oeste, que serve um universo de 151.366 mulheres, está reduzido a três camas confirmou a administração hospitalar, garantindo, no entanto que o serviço não vai encerrar.

O Serviço de Ginecologia, instalado no Hospital das Caldas da Rainha, “tinha uma lotação inicial de 13 camas, que devido à situação pandémica foi temporariamente reduzida para cinco, e posteriormente para três”, confirmou o conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar do Oeste (CHO).

Segundo o CA, “a redução de lotação decorre da necessidade de dar resposta às necessidades impostas pela [pandemia de] covid-19”, já que “toda a atividade hospitalar sofreu um impacto severo devido às alterações que tiveram de ser implementadas, num curto espaço de tempo, para responder à procura de cuidados por estes doentes, quer fossem suspeitos ou infetados”.

Um condicionamento que afeta também o Serviço de Obstetrícia, outra das valências dos Cuidados de Saúde Materna do CHO, instalada desde 2013 no Hospital das Caldas da Rainha, mas vocacionado para servir um universo de 151.366 mulheres na área do CHO, que engloba ainda os hospitais de Torres Vedras e Peniche.

Em 2013 foram criadas na Obstetrícia 27 camas, atualmente reduzidas a 20 e, destas, duas destinadas a doentes covid-19.

“Neste momento estão internadas 23 utentes no Serviço de Obstetrícia e sete utentes no Serviço de Ginecologia”, o que significa que “existem algumas macas nos corredores”, admitiu o CA, afirmando que tal se deve “a um pico de procura”.

Apesar da existência de enfermarias distintas para a Obstetrícia e a Ginecologia, algumas utentes “têm que partilhar espaços comuns”, situação que tem gerado descontentamento por parte de mulheres em pós-operatório internadas próximas de parturientes e recém-nascidos.

“Não é a solução ideal, mas é a possível neste contexto e tendo em conta as carências de espaço do Hospital”, refere o CA, lembrando que, em 2020, foram realizados naquela unidade 1.338 partos, correspondendo a um total de 1.356 nascimentos.

O serviço de Ginecologia teve em 2019 e 2020 uma taxa de ocupação de 46% e 58%, respetivamente, e o de Obstetrícia, uma taxa de ocupação de 52% e 57%.

A redução de camas nestes serviços “é transitória e imposta pelo contexto de pandemia”, vincou o CHO, sublinhando que o Serviço de Ginecologia “não está encerrado, mas apenas condicionada a sua lotação” e que “nunca foi equacionado o seu encerramento”.

“Aliás, está a ser elaborado um projeto de remodelação da área materno-infantil, visando a melhoria das condições estruturais”, indicou o CA.

O CA do CHO diz ainda que, face aos condicionalismos ditados pela pandemia, “este sacrifício não foi exclusivo da Ginecologia/Obstetrícia”, havendo que “adaptar todos os restantes serviços e recursos humanos à nova realidade”.

Uma realidade “especialmente exigente, tendo em conta a desadequação das estruturas hospitalares que fazem parte do CHO, devido à sua antiguidade e ausência de espaços com capacidade para criar circuitos independentes”.

Em março de 2020 foram criadas áreas de internamento, tanto na Unidade de Caldas da Rainha, como na Unidade de Torres Vedras, mediante a conversão de camas de serviços não covid.

Com a redução de internamentos, entre março e maio, foi encerrado o internamento covid nas Caldas da Rainha e concentrado na Unidade de Torres Vedras, situação que se manteve até novembro de 2020.

Nesse mês foi necessário adaptar uma unidade de internamento nas Caldas da Rainha, pelo que foi encerrada a unidade de Cirurgia Geral, reduzindo a sua lotação e instalando-a na área Pediátrica.

No espaço deixado livre pela Cirurgia Geral foi aberta uma unidade de internamento para doentes covid, inicialmente com 20 camas, a que se somaram mais 13 no mês de dezembro, abertas na outra ala do Serviço e “tendo sido reduzidas as lotações da Ginecologia e Obstetrícia”, precisou o CHO.

Durante o ano de 2020 foram também alocadas duas camas no serviço de internamento de Obstetrícia/ Ginecologia e criadas áreas intermédias de internamento para doentes com testes negativos que aguardavam um segundo teste.

A capacidade instalada para internamento de doentes covid no CHO atingiu as 142 camas em janeiro de 2020, representado uma taxa de esforço de 58% e implicando, segundo o CA, “esforço e sacrifício de vários serviços do Hospital, que ao longo do último ano estiveram em constante mutação e adaptação, de acordo com a evolução epidemiológica”.

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

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