O preço mediano de alojamentos familiares do distrito de Leiria aumentou 9,9% no quarto trimestre do ano passado, em relação ao período homólogo do ano anterior, com os cinco municípios mais caros a apresentarem variações entre 2% e 15,2%, segundo os dados revelados pelo instituto Nacional de Estatística (INE).
O crescimento percentual mais significativo regista-se nas Caldas da Rainha (15,2%), à frente de Óbidos (12,8%), Peniche (9,7%) e Leiria (8,3%); cabendo o valor mais baixo à Nazaré (2%), entre os concelhos com o preço da habitação acima de mil euros/m2.
A análise das estatísticas divulgadas pelo INE, na semana passada – apresentam os resultados dos últimos 12 meses acabados no trimestre de referência -, permite concluir que este grupo de municípios garante a liderança ao longo do quinquénio iniciado em 2016, mas apenas Óbidos e Nazaré mantêm valores medianos acima dos mil euros – concretamente 1.313 euros no caso da vila piscatória e 1.090 em Óbidos.
Se compararmos os preços de 2020 com os da mediana do quinquénio, nota-se que a Nazaré apresenta a variação menor (3,4%), seguida de Óbidos (12,8%) e Caldas da Rainha (15,2%). No lado oposto, os preços em Leiria subiram 22,6%, mais do que em Peniche (16,5%).
No caso do município de Ourém, os preços dispararam de 730 para 973 euros/m2 (33,3%), um resultado muito semelhante à diferença entre o valor do último trimestre de 2020 e a mediana do período em análise, de 724 euros/m2 (34,4%).
No conjunto dos 16 municípios do distrito, comprar uma habitação familiar custava 779 euros/m2 no final do ano passado, contra uma mediana dos cinco anos de 647,5 euros/m2. Uma diferença de 20,3% entre ambos os valores.
É de notar que o concelho de Leiria é um dos mais baratos do país para comprar habitação (987 euros/m2), entre os 24 municípios com mais de cem mil habitantes analisados pelo INE, mas considerando apenas os dados do último trimestre do ano passado. Só Famalicão (951 euros/m2), Santa Maria da Feira (921) e Barcelos (885) apresentam valores mais baixos.
Aliás, como destaca o INE, a desaceleração mais expressiva dos preços neste período foi em Leiria, com um recuo de 12,4 pontos percentuais (p.p.), sendo o único município que registou uma redução homóloga dos preços no quarto trimestre de 2020.
Esta tabela é liderada pelos municípios de Lisboa, Cascais, Oeiras, Porto e Odivelas, com valores entre 3.300 e 1.900 euros/m2. O Porto registou a maior taxa de variação homóloga, de 21,2%, no quarto trimestre de 2020, enquanto em 16 municípios ocorreu uma desaceleração dos preços da habitação.
O preço mediano nacional foi 1.188 euros/m2 no quarto trimestre de 2020, mais 1,7% face ao trimestre anterior e mais 7,8% face a igual período de 2019, destaca o INE em comunicado, explicando que em 12 das 25 sub-regiões do país houve uma aceleração dos preços da habitação superior à verificada no país (+0,2 p.p.). Em 13 sub-regiões houve uma desaceleração dos preços.
A evolução da taxa de variação homóloga entre os terceiro e quarto trimestres de 2020, de 7,6% para 7,8%, evidencia uma ligeira aceleração dos preços da habitação, interrompendo a desaceleração verificada nos dois períodos iguais anteriores.