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Autárquicas 2021

PSD recruta “vice”eleito pelo PS e CDU e BE revelam apostas

No atual executivo municipal da Marinha Grande, pelo menos quatro dos seus sete elementos, pretendem vir a liderá-lo depois das eleições.

Carlos Caetano
Alexandra Dengucho
Pedro Luzio

A marcação de posições na corrida autárquica esperada para o arranque do outono preencheu a última semana. As confirmações chegaram da esquerda, mas o inesperado jogou-se mais à direita.

Enquanto CDU e Bloco de Esquerda divulgaram os candidatos, o fator surpresa foi disparado pelo PSD que atingiu, com “fogo amigo”, a maioria socialista no poder. É que Carlos Caetano, eleito pelo PS e atual número dois no executivo municipal da Marinha Grande, deverá ser o candidato dos social-democratas para disputar a presidência da Câmara da Marinha Grande.

Com 56 anos de idade cumpridos há uma semana, Carlos Caetano tem formação em Biopatologista pela Escola Superior de Tecnologia de Saúde de Lisboa. Entre outras funções, foi deputado municipal e responsável pela elaboração e coordenação do processo de elevação da Marinha Grande a cidade, por exemplo.

No seu currículo constam ainda funções como oficial do exército. Foi alferes, na especialidade de sistemas de mísseis antiaéreos Blowpipe. E, de acordo com alguma informação disponível sobre estas armas, estes são mísseis tidos como relevantes no apoio ao esforço de desgaste quando se enfrentam forças teoricamente superiores.

Esta pode ser uma experiência valiosa na candidatura independente do “vice” da atual presidente, Cidália Ferreira (PS), também ela candidata à presidência. Levando como exemplo as últimas autárquicas, PS e PSD têm expressões locais bem diferentes. Nas autárquicas de 2017, que o PS venceu, o PSD perdeu metade dos votos conseguidos quatro anos antes e, com eles, o vereador eleito em 2013. Não obstante, há quem acredite que o partido tem capacidade de inverter essa tendência e surpreender.

“Admitimos poder ganhar as eleições com o candidato Carlos Caetano, tenho muito boa impressão dele”, explica ao nosso jornal Joaquim João Pereira, advogado, provedor da Santa Casa da Misericórdia local e o próximo candidato do PSD à Assembleia Municipal. “Do contacto que tive com ele, constato que é um homem para resolver [problemas]”, reforça.

Vereação incubadora de candidatos

O REGIÃO DE LEIRIA procurou, sem sucesso, ouvir Carlos Caetano. E Rui Rocha, presidente da distrital de Leiria do PSD, aponta para a necessidade de aguardar pela decisão da estrutura nacional do partido para divulgar o nome escolhido, na última segunda-feira, para a Marinha Grande.

No atual executivo municipal, pelo menos quatro dos seus sete elementos, pretendem vir a liderá-lo depois das eleições. Além de Carlos Caetano, Aurélio Ferreira, atualmente vereador do MpM, também vai lutar pela presidência nas listas do +MPM – Movimento Pelo Concelho, saído da união entre MpM e +Concelho.

Igualmente vereadora, Alexandra Dengucho (CDU) volta a ser cabeça de lista da coligação que une comunistas e verdes, anunciou aquela estrutura política na última segunda-feira. Em 2017, ficou em segundo lugar, atrás dos socialistas. A advogada de 55 anos disputará ainda a luta pela presidência com a atual detentora do cargo, Cidália Ferreira.

Até ao momento, Pedro Luzio, jovem de 23 anos, é o único candidato à presidência que não integra o atual executivo municipal. Ainda assim, chegaram a existir contactos entre socialistas e bloquistas para equacionar uma união de esforços que, a concretizar-se, poderia ter evitado a candidatura bloquista, apresentada no último sábado.

Na apresentação, Nuno Machado, candidato do BE à Assembleia Municipal, revelou terem decorrido “conversas de café” com os socialistas que, posteriormente, acabou por admitir terem sido contactos “formais”.

Todavia, presente na apresentação, Ricardo Vicente, deputado do BE na Assembleia da República e elemento da estrutura distrital do partido, revelou que o único contacto que conhece foi uma “chamada telefónica de um elemento da Câmara da Marinha Grande para um aderente de Leiria”, adiantando não apelidar de “formal” esse tipo de contacto. E desta iniciativa “nem houve interesse da parte do Bloco e do PS, aparentemente, também não”.

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