A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) vai trabalhar com os pescadores entre Aveiro e Nazaré num projeto para evitar as capturas acidentais na pesca da pardela-baleal e proteger a espécie.
“Vamos trabalhar de perto com os pescadores na Zona de Proteção Especial Aveiro-Nazaré, que é a área mais importante para a pardela-balear no nosso país”, refere Joana Andrade, coordenadora do Departamento de Conservação Marinha da SPEA, citada em nota de imprensa.
Com o projeto ‘Life PanPuffinus’, a SPEA pretende perceber a dimensão do problema da captura acidental desta espécie de ave e desenvolver e testar soluções.
Uma delas é o “papagaio afugentador”, uma espécie de papagaio de papel em forma de ave de rapina, que na zona das Berlengas se tem mostrado eficaz.
As capturas acidentais de aves causam prejuízos em termos de equipamentos danificados, iscos ou peixe perdido e tempo passado a retirar aves das redes, linhas e anzóis.
A pardela-balear é considerada a ave marinha mais ameaçada da Europa e a costa portuguesa é a zona de invernada mais importante para a espécie.
Coordenado pela BirdLife Malta e cofinanciado pelo programa LIFE da União Europeia, o projeto LIFE PanPuffinus! junta organizações de conservação da natureza e entidades governamentais de Malta, Grécia, França, Espanha e Portugal, para proteger as duas espécies de pardelas ameaçadas, tanto nas zonas em que nidificam, como naquelas para onde migram fora da época de reprodução, como é o caso das águas portuguesas.
O projeto pretende mitigar o impacto das mais importantes ameaças às duas espécies: as capturas acidentais na pesca e a predação dos ovos e crias por espécies não-nativas.
Redação com Lusa