A fasquia foi colocada alta: responder com sentimento aos Roteiros Imersivos da Rede Cultura 2027. “Quer queiram quer não, vamos tratar-vos como amigos”, “ameaçou” ao grupo logo cedo, na manhã de sábado, a coordenadora do Museu de Leiria, Vânia Carvalho, em nome da equipa municipal que programou esta viagem intimista ao “património mais relevante” do concelho. O resultado foi “Um Roteiro Sentimental”, desafio que atraiu participantes de Pombal, Marinha Grande, Nazaré, Tomar e Lisboa.
Para não facilitar com os “amigos”, Leiria recorreu “a quem a estuda de forma científica mas com paixão”. E arrancou o Roteiro Imersivo “mergulhando” no vale do Lapedo.
“Bem-vindos ao nosso Tesouro Nacional!”, exclamou Vânia Carvalho à entrada do Abrigo do Lagar Velho. O Menino do Lapedo foi encontrado ali, onde estavam as investigadoras responsáveis pela intervenção arqueológica. Ana Cristina Araújo e Ana Costa explicaram que há sentimento num esqueleto enterrado há 29 mil anos: na forma como a criança estava vestida – até com adornos – e sepultada, num cerimonial que incluiu plantas que afugentassem animais carnívoros. Ana Cristina Araújo acrescentou um dado desarmante: “Aos pés foi colocado um coelhinho jovem”. Seria um brinquedo, um peluche? “Podemos construir a história, é legítimo. Temos de a fazer seguindo os nossos sentimentos”.
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