Apoiar projetos inovadores e sustentáveis em resposta aos problemas sociais atuais negligenciados é o objetivo da Startup Inovação Social, que a Startup Leiria inaugurou hoje, dia 28.
O projeto conta com o apoio do Politécnico de Leiria no papel de investidor social, acolhendo também a nova incubadora, no Hub de Saúde do Politécnico de Leiria.
Este momento assinala também a expansão física da Startup Leiria, com o alargamento das atividades além das empresas de base tecnológica. “Com o apoio da iniciativa Portugal Inovação Social, alargámos o âmbito de atuação ao serviço dos empreendedores sociais, que não têm por objetivo criar empresas gigantes como queremos nas áreas tecnológicas, mas as ditas empresas com impacto, boas para o mundo, que fazem a diferença”, explicou Eduarda Fernandes, presidente do Conselho de Administração da Startup Leiria.
Nesta vertente de inovação social, Eduarda Fernandes sublinhou os inúmeros projetos apoiados pela incubadora nos últimos dois anos, nomeadamente no apoio à velhice, na área da saúde, da exclusão e integração de imigrantes. “Projetos de pessoas para pessoas que tratam problemas que são muitas vezes esquecidos pela generalidade da sociedade”, acrescentou.
A candidatura a Portugal Inovação Social pela Startup Leiria foi realizada em 2018, através do estímulo do Politécnico de Leiria, que definiu, em 2015, a inovação social como “fator disruptivo” do plano estratégico e tem mantido a aposta.
Na cerimónia de inauguração, Rui Pedrosa, presidente do Politécnico, destacou que aquela área continua a ser “fundamental” atualmente e é “uma prioridade” para os próximos dez anos.
O passado e o presente também foi enaltecido por Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que realçou que “Leiria está, mais uma vez, a fazer história” através deste novo polo.
“Tem a grande virtude de ser a resposta ao desafio social que Portugal quis colocar no centro do debate: a transição digital e ambiental que tem de se basear numa transição justa e assentar na dimensão social enquanto fator crítico”, disse a ministra.
“Tem de ser essa a base da recuperação do momento em que vivemos”, completou, relembrando os projetos realizados em torno do empreendedorismo e da inovação social que têm colocado Leiria no mapa.
Ana Mendes Godinho indicou, ainda, que a pandemia evidenciou as “desigualdades e fragilidades sociais existentes nas várias dimensões, seja nas respostas ao desafio demográfico, seja nas respostas para garantir a autonomia dos jovens, o combate à precariedade, entre outras”.
O caminho para o futuro passa, assim, pela reinvenção e renovação: “Temos de ter uma nova inspiração para diferentes respostas sociais que não deixem ninguém para trás, desprotegido ou fora da comunidade. Precisamos de cérebros dedicados à inovação social”, afirmou.
A prioridade da incubadora instalada em Leiria vai ao encontro dos objetivos do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que inclui uma área dedicada às novas respostas sociais. Adiantando que nos próximos dias pretende assinar as novas regras do PROCOOP (Programa de Celebração ou Alargamento de Acordos de Cooperação para o Desenvolvimento de Respostas Sociais) , Ana Mendes Godinho garantiu a inclusão de iniciativas inovadoras abrangidas por Portugal Inovação Social, de forma a permitir “maior diversidade”.
Numa rápida visita ao espaço, Ana Mendes Godinho ficou a conhecer alguns dos projetos que estão a trabalhar no Hub, designadamente o “Brincar de Rua”, “Atlas” e “Speak”.