O Tribunal Judicial da Comarca de Leiria rejeitou a providência cautelar interposta pelo morador de Vila Cã, Bruno Frade, para travar a intervenção da Câmara Municipal de Pombal (CMP) em terrenos que alega serem seus.
A informação foi avançada pelo presidente da Câmara Municipal de Pombal, Diogo Mateus, na última reunião de executivo camarário, de 18 de junho. O juiz entendeu “não dar provimento à providência cautelar e à suspensão dos trabalhos”, anunciou o autarca.
Em causa está uma faixa de terreno que Bruno Frade garante ser sua, mas que a autarquia entende ter adquirido a um terceiro, para servir a construção do centro escolar de Vila Cã.
O morador, que já se colocou à frente das máquinas da autarquia para que estas não avançassem, confirma ao REGIÃO DE LEIRIA o teor da decisão judicial, explicando que esta se debruçou apenas sobre datas. Ou seja, Bruno Frade teria 30 dias a partir do início de obra para apresentar a providência cautelar e tê-lo-á feito já depois desse prazo.
“A lei é um bocado ambígua porque fala no início de obra”, conta. “O juiz considerou como início de obra o dia em que retiraram a vedação”, afirma. Mas só avançaram com máquinas mais tarde e Bruno Frade diz só ter entrado com a providência cautelar “quando estavam a ameaçar começar mesmo”. Isto porque, na prática, os trabalhos ainda não tiveram início, afirma.
O morador de Vila Cã, que já foi à câmara “pedir bom senso”, está a ponderar recorrer da decisão para uma instância superior. Enquanto isso, decorre a ação principal, para que o tribunal decida sobre a propriedade do terreno.
“A minha pretensão era que a autarquia não avançasse enquanto a ação principal estivesse a decorrer” refere Bruno Frade. Até porque, caso isso aconteça e fique provado em tribunal que o terreno é do morador, a câmara terá que demolir o que até aí tiver construído. Na reunião de executivo, o vice-presidente Pedro Murtinho diz que a CMP encetou esforços para, “através do diálogo, se perceber verdadeiramente aquilo que se passava”.
Tribunal rejeita providência de morador para travar obras em Vila Cã
Em causa está uma faixa de terreno que Bruno Frade garante ser sua, mas que a autarquia entende ter adquirido a um terceiro, para servir a construção do centro escolar de Vila Cã.