Na véspera de partirem para o Japão, o ciclista João Almeida e o triatleta João Pereira admitiram hoje sonhar com uma medalha em Tóquio2020, garantindo que estão na melhor forma possível para os Jogos Olímpicos.
Os dois atletas naturais do concelho de Caldas da Rainha foram homenageados pelo município e aproveitaram o momento, no final da cerimónia que decorreu junto ao Complexo Desportivo, para anteciparam expetativas quanto à participação nas olimpíadas de verão, que começam a 23 de julho.
João Almeida, que brilhou em dois Giros de Itália, é uma das esperanças de Portugal para chegar às medalhas. Na estreia em Jogos Olímpicos, estar lá “é já uma grande vitória”, assumiu hoje.
“Mas tudo o que vier é bem-vindo. Obviamente, trazer uma medalha para casa de uns Jogos Olímpicos será um sonho tornado realidade”, disse, garantindo estar “muito satisfeito” com a preparação feita:
“Tenho tudo para me sentir bem e para correr bem. Espero trazer um diploma. Sei que os adversários são fortes, mas fiz uma boa preparação, a melhor que consegui, e acho que estou preparado para dar o meu melhor.”
O ciclista de 22 anos espera “muita dureza” nos Jogos de Tóquio, mas antecipa a participação como “uma grande experiência”.
“Já conheço o percurso dos Jogos, tanto o contrarrelógio, como o de estrada. Vão ser corridas muito duras. Vai ganhar o mais forte, mas é preciso correr com inteligência”, sublinhou.
Na segunda participação olímpica, João Pereira, 33 anos, também ambiciona uma medalha, depois do quinto lugar em 2016.
“Quando me comprometi a trabalhar, foi para tentar melhorar o resultado. É bastante complicado, mas fui apoiado durante quatro anos para tentar trabalhar para uma medalha. Não escondo: o sonho é trazer uma medalha”, afirmou nas Caldas da Rainha.
O triatleta preparou-se bastante nos últimos meses, em concreto a pensar nas temperaturas que vai encontrar em Tóquio:
“A questão da climatização vai ser importante, porque vai ser uma prova muito quente, com a temperatura da água muito quente. A minha prova começa às seis e meia da manhã e também tivemos de mudar horários a pensar nisso. As condições vão ser bastante duras, mas fizemos uma boa adaptação”.
João Pereira confia nas suas possibilidades para trazer a medalha de uma prova “muito imprevisível”, para a qual “55 atletas a alinhar à partida trabalharam todos muito durante cinco anos”.
Mas o triatleta aposta na estatística: “Entre todos os países, nas provas internacionais que vamos tendo, somos mais do que 150 mil, 200 mil atletas. Há um milhão de atletas [no mundo] que fazem triatlo e ali já só estou a lutar contra 54. Ou seja, já reduzi tantos, porque não hei de ser eu o melhor? É assim que penso.”
Mais: depois dos lamentos por falta de apoio que deixou em 2016, João Pereira admite que tudo está do seu lado para chegar aos objetivos.
“Fui dos maiores críticos em 2016, por causa das condições, e neste momento não consigo criticar [ninguém]”, vincou, descrevendo as condições dadas pela Federação de Triatlo, Comité Olímpico de Portugal, Instituto Português do Desporto e da Juventude e Câmara Municipal das Caldas da Rainha:
“Conseguiram dar-me todas as condições para estar o melhor possível. No fundo acaba por ficar toda a responsabilidade da minha parte, porque todos fizeram o que era suposto fazer para eu conseguir chegar aos Jogos Olímpicos nas melhores condições”.