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Alcobaça

Museus e monumentos nacionais perderam 68,7% de visitantes no primeiro semestre

Mosteiro de Alcobaça e Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche, estão entre os locais com quedas menos acentuadas.

imagem do exterior do Mosteiro de Alcobaça em obras

Os museus, monumentos e palácios nacionais registaram uma quebra de 68,7% de visitantes no primeiro semestre de 2021, comparando com o mesmo período de 2020, revelou hoje à agência Lusa a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Contactada pela Lusa sobre o balanço de visitantes do primeiro semestre deste ano, os números avançados pela instituição indicam que o conjunto de 25 museus, monumentos e palácios tutelados recebeu um total de 220.719 visitantes, entre janeiro e junho deste ano, face aos 704.481 visitantes nos primeiros seis meses de 2020.

A descida, segundo a DGPC, revela a dimensão do impacto da pandemia de covid-19 no país, já que, entre 01 de janeiro e 13 de março de 2020, o número de entradas registadas deu-se ainda num quadro de livre circulação de visitantes portugueses e estrangeiros.

O regresso dos visitantes acompanha o alívio progressivo das restrições sanitárias, com as entradas a aumentar a partir de abril deste ano, com 26.223, nesse mês e, em maio, com 79.105 visitantes, segundo os dados recolhidos pela direção-geral.

No conjunto dos seis meses, ainda em situação de pandemia, o único comparável entre os dois semestres, indica a DGPC, é o mês de junho, que registou 106.563 visitantes na globalidade dos equipamentos, uma variação positiva de 125,6%, comparada com os 47.227 visitantes de junho de 2020, o primeiro mês de abertura plena, após o primeiro confinamento.

Durante o primeiro semestre de 2019, antes da pandemia, os museus, monumentos e palácios nacionais, tutelados pela DGPC, somaram 2.308.430 visitantes, de acordo com os números então divulgados por este organismo.

Este ano, os equipamentos culturais tutelados pela DGPC foram particularmente afetados pela pandemia, com restrições em janeiro e encerramento a meio do mês que se prolongou por fevereiro e março – dois meses sem visitantes registados -, a que se seguiu uma recuperação gradual a culminar em junho, com um valor que atinge, num mês, quase metade de todas as entradas do semestre: 106.563 visitantes num total de 220.719.

Ainda comparando com o primeiro semestre de 2020, os primeiros seis meses deste ano apresentaram menos 14 dias de abertura dos equipamentos culturais, de 98 dias para 84 dias, também devido às medidas restritivas de combate à pandemia.

Quanto ao número de visitantes por equipamento cultural, todos os 25 museus, monumentos e palácios tutelados pela DGPC apresentam descidas em diferentes percentagens.

Os que têm menores quebras de visitantes são o Museu Nacional dos Coches, com 10.119 (-6,5%), o Museu Nacional do Traje, com 6.719 (-9,9), o Museu Nacional do Teatro e da Dança, com 3.029 (-12%), todos na capital, a que se juntam o Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, com 3.895 (-30,4%), o Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, com 7.391 (-35%), e o Mosteiro de Alcobaça, com 14.168 (-37,6%), o Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche, com 11.886 (-41,8%), e o Palácio Nacional da Ajuda, com 11.545 (-43,4%).

As maiores quebras verificam-se na Casa-Museu Anastácio Gonçalves, com 73 visitantes (-95,4%), no Museu Nacional do Azulejo, com 6.683 (-80,9%), no Mosteiro dos Jerónimos, com 29.625 (-80,7%) – que, no mesmo período do ano passado, tinha registado 153.633 -, no Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, com 4.669 (-79,1%), e no Palácio Nacional de Mafra, com 17.278 (-75.5%).

Museus habitualmente muito procurados, como o Museu Nacional de Arte Antiga e o Museu Nacional de Arqueologia, ambos em Lisboa, também sofreram com a pandemia convid-19, com quebras, no primeiro semestre deste ano, de -68,7% (10.948 visitantes) e de -66,8% (16.021), respetivamente.

Em setembro de 2020, em declarações à agência Lusa, o então diretor-geral do Património Cultural, Bernardo Alabaça, apontava que os museus e monumentos nacionais estavam a viver uma “retoma gradual” de visitantes, após uma quebra “brutal”, mas garantia que as visitas eram seguras.

Nessa altura, sobretudo durante o confinamento, “a opção foi produzir conteúdos digitais para manter a relação com o público, que continua a ser feita, como complemento”, afirmou. Porém, “nada pode substituir a visita física, pessoal, para usufruir do património”, prosseguiu, garantindo então que esta podia ser feita “com todas as condições de segurança”, relativamente à pandemia.

Globalmente, o impacto da quebra de visitantes foi muito forte, porque “faltaram estrangeiros, o público escolar e os seniores, que contribuem em grande parte para as visitas dos museus e monumentos”. Ao mesmo tempo, “foram cancelados todos os eventos culturais, e outros, que muitos destes espaços acolhem”.

A DGPC ressalva, nas estatísticas hoje divulgadas, que o número de visitantes também foi afetado em alguns equipamentos devido a obras, nomeadamente, no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, e na Torre de Belém, em Lisboa, sem registo devido a encerramento desde outubro de 2020, por razões de segurança.

No caso do Museu dos Coches, também na capital, teve impacto a inatividade do sistema da empresa ligada ao apuramento do número de entradas.

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