Se pertencer a um dos seis Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS) da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, é muito provável que a vacina que já tomou ou que ainda vá tomar faça parte das contas que a alcobacense Catarina Coelho tenha de fazer diariamente.
A farmacêutica é a responsável, desde janeiro deste ano, pela gestão, manutenção e organização da vacinação contra a Covid-19 na área de abrangência da ARS Centro.
“É o processo mais complicado onde já estive a trabalhar até hoje”, confessa a diretora dos serviços farmacêuticos da ARS Centro que, desde março do ano passado, tem acompanhado a pandemia na linha da frente.
Começou por ser nomeada ponto focal da reserva estratégica nacional no dia 6 de março, tendo a responsabilidade de gerir dispositivos médicos, medicamentos, equipamento de proteção individual e desinfetantes. “No início não havia nada, foi uma loucura”, revela. Depois, veio a vacina contra a Covid-19.
“Começámos a fazer a preparação dos circuitos da vacina em setembro, mas só em janeiro foram nomeadas equipas responsáveis por toda a gestão do circuito da vacinação contra a Covid-19 na área da sua abrangência”, explica Catarina Coelho, que viria a assumir a coordenação dessa equipa na ARS Centro.
“Uma semana normal é de segunda-feira a domingo, começa às 7 e pouco da manhã e termina, na maioria dos dias, depois da meia-noite”, confessa a alcobacense, que se tem desdobrado entre reuniões, relatórios, planeamentos, auditorias, emails e telefonemas.
“Continuo a acreditar que faço parte de um projeto que nos vai permitir voltar a ter uma vida mais ou menos normal”, afiança aquela que é uma das únicas farmacêuticas do país que serve de ponto focal no processo de vacinação contra a Covid-19. “Do lado de fora parece tudo muito simples, mas ninguém tem noção da complexidade destes processos”, acrescenta a profissional.
“A vacinação é a única forma de sairmos desta pandemia”, enfatiza a farmacêutica hospitalar, que foi uma das subscritoras que pediu a quebra da patente para aumentar a produção de vacinas e, assim, “haver a tão esperada imunidade de grupo”.