O grupo informal “Os Amigos do Arunca” dirigiu uma carta aberta a várias entidades, na qual expressa preocupação com o estado do rio que nasce no concelho de Pombal e desagua no Mondego.
Na missiva, intitulada “Rio Arunca – Inexistência de boa qualidade ambiental”, o grupo começa por lembrar que há um ano enviou uma carta a várias entidades e que neste período acompanhou “diversas situações que são cada vez mais emergentes de resolver”.
Como exemplo, aponta o “impacto negativo na galeria ripícola” da “criação do ‘corredor ribeirinho’ [em Pombal]”.
“Vários focos de origem da poluição mantêm-se e sem informação disponível, seja sobre o acompanhamento das entidades a essas denúncias, seja a eventual imputação de responsabilidades penais, contraordenações ou de reconstituição natural”, lê-se na carta aberta, que considera manter-se a necessidade de “olhar o Rio Arunca para não o deixar morrer”.
Na carta aberta, o grupo de cidadãos, acolhido pelo Grupo Proteção Sicó, afirma que gostaria “de saber quais as medidas tomadas e quais ainda estão em resolução” para o rio e de que “forma se faz a monitorização do impacto dos efluentes que estão autorizados a drenar para o rio Arunca” e seus afluentes (rios Anços e Ourão) ou “valas que para aí drenem”.
Por outro lado, questiona se “existe um plano de monitorização da água do rio Arunca e dos seus afluentes”, e qual “a evolução do estado químico e o estado ecológico das águas” destes cursos de água que “passam pelo concelho de Pombal e pelo concelho de Soure em direção ao mar”.
“A monitorização é fundamental para a obtenção de dados quantitativos e qualitativos sobre o estado das nossas águas e sobre a eficácia das medidas de melhoria implementadas pelas várias entidades públicas, inclusive pelos respetivos municípios”, defende o grupo, declarando sentir “a responsabilidade de ajudar a monitorizar” o rio “junto com as várias entidades competentes, nomeadamente com as autoridades como a GNR, que é uma mais-valia no território com o seu departamento SEPNA [Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente]”.
Para “Os Amigos do Arunca”, as ações de fiscalização “terão de ser rotineiras” e são necessárias “ações conjuntas”.
“Questões como uso de químicos junto e dentro do rio, e o seu impacto na fauna e flora, lixo de grandes e pequenas dimensões e outras agressões devem permanecer na ordem do dia no que diz respeito à fiscalização”, refere a missiva.
A carta aberta foi enviada aos presidentes das Câmaras de Pombal e Soure (distrito de Coimbra), da Agência Portuguesa do Ambiente, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e da Comissão da Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, e ao ministro do Ambiente e ao responsável do SEPNA.
“Nós esperamos que aquilo que fizemos durante o primeiro ano de atividade deste grupo nos dê credibilidade e capacidade de mostrar as entidades competentes que estamos com o intuito de ajudar”, disse esta quarta-feira, dia 29, Emanuel Rocha, do grupo “Os Amigos do Arunca”.
Segundo Emanuel Rocha, um dos objetivos é “trazer rigor científico à resolução dos problemas do rio”.
Considerou ainda que “os resíduos lançados ao rio, quer por particulares como empresas, são o principal problema” do Arunca.