O espalhamento de dejetos provenientes de um aviário estará na origem de uma praga de moscas que “há duas ou três semanas” atinge a localidade de Outeiro da Fonte, em Carvide, segundo informação avançada ao REGIÃO DE LEIRIA pelo presidente de junta da União de Freguesias (UF) de Monte Real e Carvide.
Faustino Guerra explicou que “se tentou entrar em contacto com os agricultores para voltarem a dar a volta ao estrume espalhado pelos terrenos”, mas que continuou a haver um número anormal de moscas em redor daquela localidade.
Alguns moradores relataram ao REGIÃO DE LEIRIA a presença de dezenas de moscas no interior das suas habitações mas dizem desconhecer a origem do problema.
De acordo com o autarca, o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR de Leiria “esteve no local várias vezes” para averiguar a origem do problema e o próprio presidente da UF deslocou-se àquela zona da freguesia. “Andei nos terrenos agrícolas e realmente detetei algumas situações que me levaram a crer que [a causa] era esse estrume”, disse.
A praga foi “muito intensa”, adiantou Faustino Guerra, e obrigou, logo na sua fase inicial, à evacuação de uma casa situada dentro dos campos agrícolas. Os moradores estiveram “pelo menos uma semana fora da habitação”.
A ‘invasão’ destes insetos foi sentida em vários pontos da união de freguesias, mas diminuiu a intensidade, com o passar dos dias e a alteração das condições meteorológicas.
Ao REGIÃO DE LEIRIA, a GNR de Leiria confirmou que recebeu no dia 15 de setembro “uma denúncia referente a uma alegada praga de moscas, na localidade de Outeiro da Fonte, no concelho de Monte Real”.
Os militares da GNR dirigiram-se ao local e apuraram que “foram efetuadas operações de descarga de compostos de valorização agrícola, em campos agrícolas”, ação que “pode estar diretamente relacionada com a denúncia”.
Esta não é a primeira vez que o espalhamento de dejetos provenientes da criação de animais provoca uma praga desta dimensão. Faustino Guerra recorda que, “há dois ou três anos”, foi vivida uma “situação idêntica” na zona de Segodim, Monte Real.
O presidente da UF esclareceu que este problema é sentido de vez em quando na vila de Monte Real, “mas é vindo dos campos do vale do Lis e tem a ver com o espalhamento de dejetos que não são os mais adequados para aquela zona e os agricultores demoram algum tempo a virar as terras”.
Por ser uma localidade com “forte atividade agrícola”, a GNR de Leiria informa que “executa ações de patrulhamento e fiscalização frequentes” para verificar se as ações de valorização agrícola são executadas dentro das normas legais.